O líder do governo na Assembleia Legislativa, Dilmar Dal Bosco (DEM), diz que ainda “não vê luz” de saída de crise financeira que ajude o Estado a cumprir a norma das emendas impositivas, cujo veto foi derrubado nesta terça-feira (2). Ele acenou concordância com a cobrança dos deputados para a liberação do recurso, mas se cético sobre cumprimento do calendário.
“Quando se tem uma dívida para pagar e não tem dinheiro, pode-se recorrer a um empréstimo, mas se não condições para isso, o que se faz? Eu não; não vi essa luz ainda”.
Os deputados derrubaram o veto do governo às emendas com 18 votos contra 2. A votação foi precedida de discurso sobre “a independência do Legislativo” nas conduções de atividades. O ponto mais enfatizado foi o dispositivo constitucional que assegura aos parlamentares o repasse de 1% do orçamento anual para destinação discricionária.
Janaína Riva (MDB), Valdi Barranco (PT), Lúdio Cabral (PT) e Ulysses Moraes (DC) usaram o microfone na tribuna para discursar sobre o viés. O deputado Wilson Santos (PSDB) estendeu a crítica, dizendo que o governo Mauro Mendes tem atuado “em via de mão única”; buscando apoio dos deputados, sem colaborar em retorno.
Questionado sobre o posicionamento dos deputados, Dal Bosco disse ser natural a cobrança pelas emendas e descartou que o tom enfático possa se desdobrar em postura de resistência e atribuiu a fala de Wilson Santos ao trabalho de oposição.
“Eu me pergunto o que o Wilson Santos faria se o pedido fosse do governo passado. O Taques também tentou revisar a dívida e ele tentou convencer os deputados na época na aprovar. Ele está fazendo o trabalho político dele, de oposição”.