Estudo realizado pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres aponta que a desigualdade salarial de gênero em Mato Grosso é maior em relação à média nacional. Segundo o levantamento, a diferença entre homens e mulheres chega a ser de 32% no estado, ao passo que no restante do país a discrepância é inferior a 20%.
A pesquisa foi feita com base nos principais dados extraídos das informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários. No total, 837 empresas mato-grossenses responderam ao questionário. Juntas, elas somam 229.467 empregados. A exigência do envio de dados atende à Lei nº 14.611, que dispõe sobre a Igualdade Salarial e Critérios Remuneratórios entre Mulheres e Homens, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2023.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em Mato Grosso, em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 32,4%.
No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, embora sejam maioria no mercado de trabalho mato-grossense, recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 2.497,20, a da não negra é de R$ 3.180,62. No caso dos homens, os negros recebem em média R$ 3.891,02 e os não negros, R$ 4.218,34.
O relatório também contém informações que indicam se as empresas têm políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.
No caso de Mato Grosso, o relatório registrou que 52,2% das empresas possuem planos de cargos e salários; 34% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência; 25,6% têm políticas de apoio à contratação de mulheres; e 22,1% adotam incentivos para contratação de mulheres negras.
Apenas 16,9% possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 19,2% incentivam o ingresso de mulheres com deficiência, e apenas 7,6% têm programas específicos de incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência. Poucas empresas ainda adotam políticas como licença maternidade/paternidade estendida (17,1%) e auxílio-creche (13%).
No Brasil, as mulheres ganham 19,4% a menos do que os homens, de acordo com o 1º Relatório de Transparência Salarial. No total, 49.587 empresas responderam ao questionário – quase 100% do universo de companhias com 100 ou mais funcionários no Brasil. Destas, 73% têm 10 anos ou mais de existência. Juntas, elas somam quase 17,7 milhões de empregados.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 25,2%.
No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho, também recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 3.040,89, a da não negra é de R$ 4.552,45, diferença de 49,7%. No caso dos homens, os negros recebem em média R$ 3.843,74 e os não negros, R$ 5.718,40, o equivalente a 48,77%.
Políticas de incentivo
O relatório registrou que, em todo o país, 51,6% das empresas possuem planos de cargos e salários, políticas de incentivos às mulheres; 38,3% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência; 32,6% têm políticas de apoio à contratação de mulheres; e 26,4% adotam incentivos para contratação de mulheres negras.
Apenas 20,6% possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 23,3% incentivam o ingresso de mulheres com deficiência, e apenas 5,4% têm programas específicos de incentivo à contratação de mulheres vítimas de violência. Poucas empresas ainda adotam políticas como flexibilização de regime de trabalho, como licença maternidade/paternidade estendida (17,7%) e auxílio-creche (21,4%).