Agronegócio

Lentidão na safra faz Brasil exportar menos café em julho

As exportações de café do Brasil caíram 11% em julho de 2017 – primeiro do calendário 2017/2018 – na comparação com o mesmo mês do ano passado, totalizando 1,75 milhão de sacas de 60 quilos. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (9/8) pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé).

O menor volume impactou negativamente a receita dos exportadores, que caiu 7,3% na mesma comparação, totalizando US$ 283,4 milhões. O movimento foi registrado mesmo com um preço praticado em julho 4,1% maior que o do mesmo período em 2016: US$ 161,78 a saca, em média.

“Alguns fatores influenciaram o volume, que ficou foi abaixo do que havíamos estimado”, afirma Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé, no comunicado divulgado pela instituição que representa os exportadores.

A expectativa do Conselho era a da safra nova acelerar o ritmo das exportações a partir do segundo semestre. No entanto, à medida que colheita foi avançando, especialistas apontaram preocupações em relação à qualidade do produto, além de um beneficiamento mais lento.

Na visão do CeCafé, o resultado das vendas externas de julho ainda refletem uma lentidão na chegada do café novo ao mercado. “Os estoques de passagem estavam em níveis reduzidos. Além disso, a nova safra entrou em velocidade reduzida, enfraquecendo a oferta”, diz Carvalhaes.

As exportações brasileiras de café verde totalizaram 1,51 milhão de sacas de 60 quilos em julho, queda de 8,1% em relação a julho de 2016. Os embarques de arábica foram de 1,49 milhão de sacas (-6,9%) e os de robusta foram de 16,3 mil (-57,3%).

As vendas externas de café industrializado foram equivalentes a 236,5 mil sacas em julho, queda de 25,7%% em relação a julho de 2016. Os embarques de torrado e moído foram de 919 sacas (-67,6%) e os de solúvel foram de 235,6 mil (-25,4%).

“Avaliamos que até setembro as exportações devam retomar os níveis normais, pois o resultado da colheita está entrando, ainda que lentamente, no mercado”, acredita Nelson Carvalhaes.

Acumulado do ano

No acumulado dos sete primeiros meses do ano, o Brasil embarcou para outros países um volume de 16,7 milhões de sacas de 60 quilos, redução de 8% em relação ao mesmo intervalo em 2016. Já a receita cambial é 7,2% maior no período, somando US$ 2,89 bilhões.

As vendas de café verde totalizaram 14,9 milhões de sacas de 60 quilos de janeiro a julho, queda de 7,3% em relação a 2016. Os embarques de arábica foram de 14,7 milhão de sacas (-5,5%) e os de robusta foram de 135 mil (-70,6%).

Os embarques de café industrializado foram equivalentes a 1,87 milhão de sacas no acumulado do ano, queda de 13,4% em na comparação com 2016. Os embarques de torrado e moído foram de 14,2 mil sacas (-12,2%) e os de solúvel foram de 1,86 milhão (-13,4%).

Os Estados Unidos se mantiveram como principal destino do café brasileiro neste ano. De janeiro a julho, o volume embarcado para o país foi de 3,36 milhões de sacas de 60 quilos, o equivalente a 20% das exportações totais. No entanto, a quantidade foi 2,93% menor que a registrada nos primeiros sete meses de 2016.

Situação semelhante ocorreu nos negócios com a Alemanha, segundo principal destino do produto brasileiro. Os 2,93 milhões de sacas comprados de janeiro a julho deste ano representaram 17,5% do total exportado pelo Brasil, mas o volume foi 13,38% menor que o registrado no mesmo intervalo no ano passado.

Terceiro principal mercado para o café do Brasil, a Itália aumentou as compras em 8,51% neste ano, com 1,51 milhão de sacas entre janeiro e julho. A representação do país nas vendas externas do produto brasileiro é de 9%.

De modo geral, os números do CeCafé mostram uma diminuição de 8% dos embarques para mercados considerados tradicionais, que respondem por 80,2% do total. Nos primeiros sete meses do ano, o volume foi de 13,46 milhões de sacas de 60 quilos.

De outro lado, os mercados considerados emergentes adquiriram no período 2,93 milhões de sacas, uma quantidade 4% maior. A representação desses mercados é de 17,5% do total das exportações de café do Brasil.

Redação

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