Para Bauman (2010), o momento da história em que vivemos é marcado pela chamada modernidade líquida. Tudo é feito para não durar, daí se explicam o culto à aparência, ao ter, ao consumo, às relações amorosas descartáveis, à incerteza, à instabilidade geral e ao individualismo da humanidade. Acredito que o objetivo da nossa vida seja a busca da felicidade. Quando você mantém um sentimento de compaixão, bondade e amor, algo se abre automaticamente. Quero compartilhar a leitura do livro A pequena luz, de José Jorge Letria, escritor português, autor de vasta e diversificada obra. Na literatura portuguesa, tem lugar de destaque como dramaturgo, romancista, poeta e jornalista.
O livro A pequena luz (2008), da Editora Paulinas, é um livro carregado de ternura. Apresenta-se docemente simbólico e abre caminho para o castelo dos sonhos, numa narrativa que cruza o oceano e vem tocar o leitor com fios luminosos da poesia e da arte. Ao contar a história de uma luz maravilhosa que semeia a esperança onde há desespero, a paz em lugar da guerra e da violência, a harmonia onde havia a desavença, o amor no lugar do ódio, funde-se o processo de criação iluminador em que se encontram o narrador, o escritor e o leitor para desvendar os símbolos construídos ao longo dessa criação e das andanças da personagem.
O texto acena para a certeza de que essa luz existe e está dentro de cada pessoa, de cuja crença depende a sua claridade para indicar as saídas dos grandes labirintos da vida. Luz ou estrela, da mão do escritor a quem pede que escreva em poucas palavras a sua história, ela vem pousar no coração do leitor, que poderá refletir e descobrir novos sentidos para os túneis e os quartos escuros de sua própria caminhada e, finalmente, encontrar o castelo onde seja possível acreditar novamente nos homens. Ler esse livro inundou a minha vida de esperança e poesia.