Política

Leitão: interpretações sobre reforma trabalhista no campo foram “maldosas”

Foto: Ahmad Jarrah 

O deputado Nilson Leitão (PSDB) afirmou que as interpretações quanto ao projeto de lei que propõe mudanças nas leis trabalhistas para o campo são “maldosas”.

Autor da proposta, o parlamentar reclamou que “alguns” setores da sociedade tentaram denegrir a modernidade de um assunto que, segundo ele, é primordial, uma vez que o projeto visa modernizar a lei trabalhista rural que é de 1973.

Após a polêmica nacional gerada em torno do projeto, Leitão pediu suspensão da Comissão Parlamentar criada na Câmara Federal para analisar a proposta. Em entrevista a radio Capital FM, o deputado contou que irá fazer uma comissão geral para esclarecer de forma clara o objetivo do projeto.

“A minha intenção é fazer um projeto da melhor forma possível para o Brasil, para o trabalhador, para o empregador e trabalhador rural. A minha intenção é essa. Se ela não foi compreendida no primeiro momento, caso tenha tido qualquer falha de comunicação, a minha obrigação é recuar e explicar, humildemente, a minha intenção”, justificou Leitão, em entrevista à Rádio Capital FM, na manhã desta quarta-feira (10).

O projeto de lei chegou a ser criticado pelo ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que taxou a proposta como “loucura”. Em resposta, Leitão disse que a declaração do líder tucano não foi bem essa.

“Disseram pra ele que tinha um deputado de Mato Grosso, do PSDB, que sugeria trocar comida por salário. Ele respondeu: 'eu não vi o projeto, se for isso é uma loucura'. Para tanto eu estarei com ele na semana que vem discutindo não só isso, mas também outros assuntos. A forma como ele colocou não foi me criticando ou abolinando”, declarou.

Para muitos analistas, o texto da proposta abre espaço para a consolidação de práticas usadas em trabalho análogo à escravidão. Entre as mudanças, o projeto traz a permissão do desconto de 45% do salário do trabalhador rural a título de gastos do patrão com alimentação e moradia.

Leitão argumentou que a proposta “defende o trabalhador”, protegendo-o e garantindo os seus direitos trabalhistas. “Preferi suspende-lo para debater. Eu nunca debati nem de lado, nem de costas, nem de forma sorrateira. A gente vai combater as mentiras. As falhas que tiver no texto serão corrigidas”, finalizou.

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Catia Alves

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