O presidente do PSDB em Mato Grosso, deputado federal Nilson Leitão, disse que a tendência do Diretório é defender a continuidade do Governo Michel Temer (PMDB). O partido programa executiva para esta segunda-feira (12), em Brasília, para debater o cenário político em torno do presidente, depois de sua absolvição pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Estamos a uma semana de aprovar a reforma trabalhista, temos Funrural para debater, e o setor produtivo de Mato Grosso é difícil de fazer mudança, quer dar continuidade aos projetos de reforma já em andamento no Governo”, afirmou ao Circuito Mato Grosso.
O governador Pedro Taques e o deputado Leitão, segundo secretário do PSDB nacional, são representantes do partido em Mato Grosso a participar da reunião.
Conforme Leitão, a discussão do encontro deve girar em torno dos efeitos políticos da decisão do TSE de absolver a chapa Dilma-Temer de crimes eleitorais nas eleições de 2014. A Corte Eleitoral absolveu na sexta-feira (9) o presidente no processo de cassação da chapa formada por ele e Dilma Rousseff (PT) nas eleições de 2014.
O placar foi de 4 votos a 3 contra a cassação no processo aberto a pedido do PSDB, derrotado na disputa presidencial de 2014. Com o resultado do julgamento, o presidente se mantém no cargo.
“Vamos discutir o que pode acontecer agora, com a decisão do TSE, e a probabilidade do Michel Temer ser cassado por decisões judiciais. Mas, assuntos que estão ainda na especulação; as opiniões serão formadas realmente hoje com a participação com representantes do partido de todo o País”.
Questionado sobre a decisão do TSE, Leitão afirmou que o presidente não corre mais o risco de ser cassado por questões ligadas à eleição da chapa em 2014.
Pressão
Ministros do PSDB e governadores contrários à saída do partido do Governo pressionam os dirigentes da sigla para que não haja uma decisão nesta segunda-feira (12), dia de reunião marcada peça executiva nacional da sigla.
Eles argumentam que a legenda está rachada e que uma deliberação nesse cenário aprofundaria essa divisão.
"Acho que seria muito difícil chegar a alguma conclusão, num partido dividido. Não há urgência ou determinação para que haja decisão agora. Marcar data para uma reunião desse tipo não me parece uma coisa muito sensata", afirmou o secretário-geral do PSDB, deputado Silvio Torres (SP).
O roteiro original da reunião previa discussão ampla, envolvendo a cúpula partidária, deputados, senadores, ministros, governadores, prefeitos de capitais e presidentes de diretórios regionais. Em seguida, a comissão executiva -instância de decisões da legenda- se reuniria e tomaria uma decisão, no voto.
Diante das pressões, o partido pode adiar essa votação e convocar uma nova reunião da comissão executiva para outra data.
Levantamento publicado pelo jornal Folha de S. Paulo no domingo (11) mostra uma legenda rachada entre os que querem sair do governo e os que defendem a permanência.
Dos 56 deputados federais, 19 responderam que desejam o desembarque e 19 que preferem manter-se na base. Outros 11 se declararam indecisos ou não quiseram opinar e sete não responderam.