Deputado federal e candidato ao Senado, Nilson Leitão (PSDB) desmentiu nesta quarta-feira (29) a delação premiada de Alan Malouf e Permínio Pinto sobre serem tanto ele quanto Pedro Taques (PSDB) plenamente conscientes dos desvios nas obras de escolas dentro da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e com participação ativa no esquema. O dinheiro seria usado para pagar contas da campanha da eleição do atual governador.
Em entrevista na televisão, Leitão se defendeu elogiando a justiça brasileira chamando-a de “muito eficiente”, mas reclamando que já está há três anos repetindo a mesma coisa: não tem nenhum processo aberto contra ele, apenas denúncias.
Chamou logo em seguida Permínio Pinto de irresponsável e moleque, lembrou o fato de ser o deputado com mais votos em Mato Grosso, atribuiu a citação de seu nome a desespero de condenado. “Vou acioná-lo na justiça por isso. Não participei de esquema, nunca sentei em mesa nenhuma pra negociar nada. Não tenho relação pessoal com ele, sei que é de uma família que eu respeito, uma família tradicional. Mas ele, no mínimo, usou meu nome pra tirar o dele da imprensa”, disse.
Disse também que nem Permínio Pinto nem Alan Malouf têm “moral pra falar isso, não participei de negociação. Isso é uma grande molecagem, porque eu tenho serviço prestado, a sociedade sabe disso e eu tenho maior apoio da sociedade”.
Nilson Leitão defende sua candidatura ao Senado como algo natural depois de ter “ocupado todos os cargos” na carreira pública, de vereador a deputado e que por isso se sente preparado para se tornar senador. Defendeu redução dos atuais 81 para 54 senadores, além de cortar em mais de 40% o número de deputados federais.
Sobre o desentendimento com Selma Arruda (PSL) por causa de tempo de rádio e televisão, ele minimizou a fala dela de acioná-lo na justiça para ter mais tempo e disse que apesar de não negar tempo algum, já estava tudo acordado antes. A decisão teria partido do PSDB nacional, relacionada ao fato de que ela apoia Jair Bolsonaro (PSL) a presidente, ele, Geraldo Alckmin (PSDB). “Bolsonaro é meu segundo voto, mas é o primeiro dela. Então, o partido tem esse patrimônio”.
Provocado a falar se sua companheira de chapa ao Senado atrapalha quando briga por tempo de televisão e declara que ela própria é muito parecida com o Procurador Mauro (Psol), folclórico candidato a prefeito e governador e tido como radical na defesa de suas ideias, ele ironizou: “Só não sei como nem onde eles são parecidos. Um é de extrema esquerda e outra é de extrema direita”.
E por fim arremata: “Eu não tenho problema com tempo de televisão, mas o PSDB tem esse patrimônio, isso deve ser colocado, discutido”.
Ele também negou ser a favor de medidas que protegessem exploradores de trabalho escravo no campo e disse que essa ideia foi plantada em cima do projeto proposto por ele por “um jornalista de esquerda”.
Ele termina afirmando que sempre foi oposição ao PT, mesmo quando o partido tinha 80% de aprovação popular. “Nesse tempo, eu era líder da oposição. Sempre aceitei desafios e sempre lutei, estou muito à vontade de ser candidato, sou ficha limpa, não devo nada. Se algum dia tiver uma ação, vou responder a ela. E eu nunca perdi uma ação”, encerrou.