A tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur, foi condenada a um ano de prisão por maus tratos contra Rodrigo Claro. O soldado morreu depois de participar de um treinamento aquático com a militar na Lagoa Trevisan, em 2016. A sessão de julgamento do Conselho Especial de Justiça foi realizada nesta quinta-feira (23).
O juiz da 11ª Vara Criminal de Cuiabá – especializada em Justiça Militar, Marcos Faleiros, desqualificou a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que pedia a condenação de Ledur pelo crime de tortura.
O magistrado considerou que não há provas no processo que comprovem a intenção da ré de torturar a vítima. Faleiros, no entanto, entendeu que a tenente se excedeu na aplicação dos ‘caldos’ [afogamentos], utilizados para auxiliar o salvamento de vítimas na água.
Conforme a acusação do promotor Paulo Henrique Amaral Motta, a militar tinha a intenção de ‘castigar’ Rodrigo e teria passado a persegui-lo e a provoca-lo depois que o soldado apresentou um atestado médico em um dos treinamentos ministrados pela ré.
O advogado Huendel Rolim, que patrocinou a defesa de Ledur, alegou que todos os procedimentos adotados tinham o intuito de ‘ensinar’ a vítima.
O caso
Rodrigo Claro morreu em 15 de novembro de 2016, depois de passar cinco dias internado em um hospital de Cuiabá.
O soldado sofreu diversos afogamentos durante um treinamento e, mesmo passando mal, foi impedido de deixar a aula.
A vítima buscou socorro médico em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e, diante da complexidade do quadro clínico, precisou ser encaminhado para uma unidade particular.