O corpo da criança foi encontrado na terça-feira (19), em um canavial, a cerca de 2 quilômetros do sítio onde morava com mãe, o padrasto e um irmão de 6 anos.
O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) não identificou a causa da morte, mas confirmou que o menino apresentava lesões na região anal. No entanto, não informa se as lesões são recentes ou antigas.
“Foi constado a presença de lesões na região anal. Será solicitado maiores informações da morte. Estou aguardando laudo mais detalhado do caso”, disse a delegada Liliane Soares Diogo, que preside o inquérito policial.
Segundo a delegada, a polícia trabalha com a hipótese de a criança ter sido abusada e deixada sozinha no canavial. Uma vez lá, teria se perdido, se machucado e morrido de fome ou de frio. A delegada informou ainda que durante a necropsia foi recolhido amostra do líquido encontrado no ânus da criança, porém, o exame deu negativo para presença de espermatozoide. “A amostra foi enviada ao laboratório de Cuiabá para maior análise”, disse.
O caso
As investigações iniciaram na segunda-feira (18), com o registro do desaparecimento do menino feito pela mãe, que procurou a delegacia e contou que por volta das 10h30 deu falta do filho. A mãe disse que procurou pela vizinhança e depois reuniu amigos da comunidade para ajudar nas buscas a criança com ajuda com Corpo de Bombeiros e de policiais civis, designados pela delegada Liliane Diogo, até o sítio na zona rural de Tangará da Serra.
De acordo com a delegada, o corpo da criança apresentava vários arranhões, possivelmente provenientes das folhas de cana de açúcar, não de mordidas de cães, conforme se pensava anteriormente.
Nesta quarta-feira (20), a Polícia Civil vai ouvir moradores e vizinhos do sítio para reunir informações do histórico da família e se a criança teria sofrido alguma agressão recente, pois, em 22 de agosto de 2011, o padrasto do menino registrou boletim de ocorrência denunciando a mãe por ter arremessado o filho durante uma discussão do casal.
Na ocasião, o menino sofreu uma lesão na cabeça e foi encaminhado para uma casa transitória, em Tangará da Serra, onde permaneceu por cerca de três meses. Em audiência no dia 29 de novembro de 2011, a Justiça autorizou o retorno da criança à família.
Diego Frederici
Com informações da Polícia Judiciária Civil