O laudo da morte do advogado Silvio Tavares dos Santos, divulgado pelo IML de Pouso Alegre (MG) nesta quinta-feira (12) apontou que ele foi enterrado vivo no quintal de casa em São Gonçalo do Sapucaí (MG), assim como a Polícia Civil desconfiava. Conforme o documento, a causa da morte foi asfixia. Segundo o delegado responsável pelo caso, Diego Bruno Dias, uma grande quantidade de terra foi encontrada na traqueia do advogado.
"Nós acreditávamos que ele tinha morrido por asfixia devido à esganadura. Mas, em conversa com o legista, constatamos que ele aspirou a terra e por isso foi a óbito", disse o delegado.
Ainda conforme a polícia, o pescoço da vítima também apresentava marcas de agressão, provavelmente causadas pelo golpe que ele levou da filha. O advogado teria sido morto pela esposa, a também advogada Maria Augusta Vilela Tavares, de 46 anos, com a ajuda da filha, Abigail Samarah Tavares Vilela, de 26 anos. A filha se internou em uma clínica no interior de São Paulo após o crime.
A polícia suspeita que a mulher e a filha do advogado tenham achado que ele tenha morrido após o golpe e, por isso, o enterraram vivo sem saber. Conforme a polícia, as duas podem responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar, além da qualificação por asfixia e ocultação de cadáver.
A Polícia Civil pretende ouvir mãe e filha na próxima semana, para fazer a reconstituição do crime. As duas vão passar por avaliações psicológicas.
O caso
O corpo do advogado foi encontrado na terça-feira (10) enterrado no quintal da própria casa em São Gonçalo do Sapucaí. Segundo a Polícia Militar, Sílvio Tavares dos Santos teria sido morto pela esposa há cerca de uma semana, depois de uma discussão sobre remédios. O caso foi descoberto depois que a suspeita procurou o Ministério Público para confessar o crime. Ela admitiu que matou e enterrou o próprio marido com a ajuda da filha do casal, que teria dado uma gravata nele.
Segundo a polícia, a mulher disse que a vítima ficou agressiva quando recebeu os remédios de uso controlado que costumava tomar. Na tentativa de controlá-lo, a filha do casal o asfixiou. Na sequência, mãe e filha cavaram uma cova no quintal e o enterraram. Devido ao choque com a morte do pai, a filha foi internada em um hospital psiquiátrico. Apesar de ter confessado o crime, a advogada não foi presa, pois, segundo a polícia, ela tem cooperado com as investigações.
Devido ao estado de decomposição em que se encontrava, o corpo foi sepultado no cemitério de São Gonçalo do Sapucaí na mesma noite.
O advogado era uma figura popular na cidade que gostava de vestir camisas de diferentes times de futebol e defendia o Partido dos Trabalhadores (PT), onde era presidente do comitê local. Sílvio Tavares chegou a ser candidato a vereador pelo partido em 2008. No perfil dele nas redes sociais ele aparece ao lado do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Fonte: G1