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Lançamentos e vendas acumuladas de imóveis em 2024 são os maiores da série histórica, diz CBIC

O mercado imobiliário nacional ampliou os lançamentos e as vendas no quarto trimestre de 2024, fazendo o ano atingir um volume recorde de negócios, de acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 17, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

O levantamento traz dados de comercialização de imóveis residenciais novos em 221 cidades, incluindo aí todas as capitais e regiões metropolitanas do País.

No quarto trimestre de 2024, os lançamentos foram de 111.671 unidades, o que representa uma expansão de 10,1% em relação ao mesmo período de 2023. As vendas chegaram a 104.194 unidades, expansão de 19,4%. Com isso, o mercado imobiliário manteve a trajetória de crescimento vista nos meses anteriores.

No acumulado de todo o ano de 2024, os lançamentos chegaram a 383.483 unidades, avanço de 18,6% em relação a 2023. Por sua vez, as vendas no ano totalizaram 400.547 unidades, um crescimento de 20,9% na comparação com o ano anterior. Os números foram os maiores já registrados pela CBIC.

Com mais vendas que lançamentos, os estoques de imóveis disponíveis para venda (na planta, em obras e recém-construídos) caíram 7,8% em um ano, indo a 291.928 unidades. Nesse ritmo de vendas, esse estoque seria totalmente consumido em 8,7 meses, caso não houvesse novos lançamentos.

MCMV

Os lançamentos e as vendas do Minha Casa Minha Vida (MCMV) foram o grande motor do crescimento do mercado imobiliário nacional no ano passado, de acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela CBIC.

Em 2024, os lançamentos dentro do programa cresceram 44,2% na comparação com 2023, totalizando 187.356 unidades; enquanto as vendas tiveram alta de 43,3%, chegando a 168.773 unidades. No ano, o MCMV teve uma participação de 48,8% do total de lançamentos e 42,1% das vendas no País.

No quarto trimestre de 2024, os lançamentos subiram 9,1% em relação ao mesmo período de 2023, indo a 52.430 unidades; enquanto as vendas saltaram 37,3%, para 46.123 unidades. No quarto trimestre, o MCMV foi responsável por 47% dos lançamentos e 44% das vendas no País.

O estoque do MCMV teve alta de 10,1% em 2024 ante 2023, chegando a 101.251 unidades. No ritmo atual de vendas, o estoque seria suficiente para abastecer o mercado por 7,9 meses, segundo a CBIC.

Acerto da métrica

Os ajustes promovidos pelo governo federal no MCMV e o aumento na oferta de recursos para financiar a compra e a construção de moradias dentro do programa habitacional explicaram o crescimento das atividades no setor ao longo do ano passado.

“O acerto na métrica do Minha Casa Minha Vida fez mercado responder positivamente, com mais lançamentos e vendas”, afirmou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correa, em apresentação à imprensa. “O aumento no orçamento do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] para o programa também foi importante”, emendou.

Desde 2023, o MCMV passou por uma série de ajustes, que passaram por elevação do subsídio para famílias de menor renda, corte de juros, aumento da renda média das famílias admitidas no programa, bem como do preço máximo dos imóveis aceitos – o limite é de R$ 350 mil.

Além disso, o orçamento do FGTS para o programa habitacional cresceu de R$ 86 bilhões para R$ 130 bilhões entre 2023 e 2024.

O sócio e fundador da consultoria Brain, Marcos Kahtalian, acrescentou que o mercado imobiliário como um todo foi impulsionado pelo crescimento da economia brasileira e pelo aumento da renda total da população. “O mercado de trabalho se manteve aquecido, com a menor taxa de desemprego já registrada. Então, a população foi às compras”, observou.

Kahtalian citou ainda o amadurecimento da população brasileira, com um aumento na participação de pessoas com idade em torno de 40 anos na pirâmide demográfica. Nessa faixa etária se costuma tomar a decisão da compra do imóvel, lembrou.

Por sua vez, o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) e presidente da Comissão Imobiliária da CBIC, Ely Werthein, disse que houve uma valorização dos imóveis, fator que incentivou os compradores a fecharem negócio. “Há uma percepção de valorização imobiliária. Mesmo com juros altos, as pessoas sabem que imóvel é um negócio de longo prazo. Quem precisa comprar, tomou a decisão”.

Estadão Conteudo

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