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Líder do PCC foi expulso da Bolívia por risco de fuga

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou na segunda-feira, 19, que as autoridades brasileiras e bolivianas decidiram conjuntamente pela expulsão do criminoso Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, da Bolívia por causa do risco de fuga, caso aguardassem para prosseguir com a extradição. Em vez disso, o país vizinho decidiu expulsá-lo.

O procedimento de extradição seria mais demorado e dependeria de trâmites formais entre os sistemas judiciários. “Dada a periculosidade deste delinquente e a possibilidade real de fuga, ainda que estivesse sob custódia das autoridades bolivianas, optou-se pela expulsão, instituto (instrumento jurídico) que permite ao país, por meio de uma ação soberana, expulsar aquelas pessoas que possam ter cometido crime ou possam representar perigo à sociedade local”, afirmou Lewandowski.

Tuta é uma das lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC). O criminoso estava foragido desde 2020 e chegou a ser considerado o “número 1” da facção entre os líderes que não estavam presos. Ele foi entregue à Polícia Federal (PF) no domingo, após sua captura pelas autoridades da Bolívia na sexta, em Santa Cruz de la Sierra, após identificarem que ele usava documentos falsos. O líder do PCC foi capturado pela Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen quando tentava renovar sua cédula de identidade de Estrangeiro em um centro comercial da cidade boliviana. Na ocasião, Tuta se apresentou como Maycon Gonçalves da Silva, nascido em 25 de março de 1971.

A inconsistência nos documentos, segundo Andrei Passos, diretor-geral da PF, foi identificada pelas autoridades bolivianas, mas coube à PF conferir os dados biométricos e registros faciais de Tuta nas bases de informações do Brasil e da Interpol. Segundo Lewandowski, não há possibilidade de contato entre Tuta e outros membros da facção agora sob posse das autoridades brasileiras.

DERRITE

O líder do PCC foi condenado pela Justiça de São Paulo no ano passado a 12 anos e 6 meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa, no âmbito da Operação Sharks, que investiga como o PCC lava o dinheiro obtido com o tráfico. “A prisão desse criminoso tem papel extremamente importante, porque a maior parte da cocaína que entra no Brasil vem justamente da Bolívia”, afirmou ontem o secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite. “É um elo importantíssimo do PCC, trazendo droga para cá (…) (a prisão) cria uma desarticulação importantíssima. É um duro golpe no crime organizado.” (Colaborou Ítalo Lo Re)

Estadão Conteudo

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