A juíza Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal em Cuiabá, aprovou quebra de sigilo telefônico do advogado Júlio Cesar Domingues Rodrigues. Júlio é suspeito de extorquir o deputado estadual Romoaldo Junior (PMDB). O advogado está preso e é réu na Operação Ventríloquo, que apura a suspeita de um desvio de R$ 9,5 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa. Júlio seria intermediador do ex-deputado José Riva no esquema.
“Quanto ao pedido de quebra de sigilo telefônico verifico que de acordo com o que consta às fls. 855/862 imputa-se a Julio Cesar Domingues Rodrigues autoria de possível extorsão em desfavor do Deputado Romualdo Junior. Esta imputação embora não seja objeto de investigação por parte de autoridade policial ou GAECO é relevante quando se trata de analisar a periculosidade do réu”, destaca a magistrada, na decisão em 30 de novembro.
A decisão é datada do dia 30 de novembro. Domingues, atualmente preso preventivamente, é réu em uma ação envolvendo o ex-parlamentar José Geraldo Riva, por um suposto esquema criminoso de 9,6 milhões na Assembleia Legislativa, investigada pelo Ministério Público Estadual na Operação Ventríloquo.
Conforme decisão, as partes foram informadas que o também deputado Mauro Savi prestará depoimento em audiência designada para 09 de dezembro às 13h30min. Além de José Riva e Domingues, são réus no processo o ex-procurador-geral da Assembléia Legislativa, Anderson Flávio de Godoi e o ex-secretário geral do mesmo órgão, Luiz Marcio Bastos Pommot.
Entenda o caso
De acordo com a denúncia, “no período compreendido entre os anos de 2013 e 2014 uma organização criminosa estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas com um único objetivo: foi organizada para saquear os cofres da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso”. Os fatos foram conhecidos somente com as declarações prestadas pela delação de Joaquim Fabio Mielli Camargo.