O vereador Chico 2000 (PR), preso sob acusação de estupro, não deve participar da cerimônia de diplomação dos candidatos eleitos nas eleições municipais deste ano na próxima quinta-feira (15). O pedido de habeas corpus (HC) ingressado pela defesa do vereador foi indeferido pelo juiz da 14ª Criminal de Cuiabá, Jurandir Florêncio de Castilho Júnior, que determinou a conclusão de oitivas sobre o caso para analisar a possibilidade de liberdade.
O recurso para suspensão da prisão preventiva foi ingressado na sexta-feira (9) com a argumentação de não haver justificativa para a permanência de Chico 2000 na prisão. O advogado Hélio Passadore disse que “não há mais suspeita de vítimas” que exija a prisão do vereador.
No entanto, o delegado Eduardo Botelho, responsável pela investigação do caso na Delegacia Especializada da Criança e do Adolescente (Deddica) disse que apuração informações de denúncias anônimas recebidas pela delegacia desde a prisão do vereador. Botelho não informou o teor das denúncias e nem o número registros feitos e disse que somente ouvirá a denunciado após a conclusão das oitivas, que ele espera concluir ainda neste ano.
Chico 2000 está preso desde o dia 6 deste mês, quando se entregou à polícia após ser considerado foragido por dois dias – a prisão foi decretada no dia domingo (4), e o vereador não foi encontrado em casa no cumprimento do mandado. Ele foi denunciado de estupro de sua enteada de 11 anos durante uma festa em sua casa no dia 13 de novembro deste ano, mas o foi denunciado à polícia no dia 28. O abuso teria ocorrido em uma festa de aniversário da mãe da criança no dia 13 de outubro deste ano, por volta das 21h.
Boletim de Ocorrência registrado pela polícia informa que a garota pediu à mãe para ir embora da festa, que teria a levado para um quarto para uma conversa. A mãe teria pensado que ela estava triste e pediu para que o namorado [o vereador Chico] fosse até o quarto e convencesse a vítima a ficar. “Então, Chico chegou no quarto e pediu que a vítima sentasse no colo dele, mas quando Chico conversava com a vítima ele passava a mão dele nos seios e barriga da vítima”, relata o boletim.
A garota disse que não denunciou o padrasto no dia do caso porque não queria estragar a festa de aniversário da mãe. No dia 26 de novembro, a mãe da vítima e Chico se desentenderam e a vítima teria enviado um pedido de socorro para a tia paterna. Nesse tempo a vítima foi para a casa de uma amiga que mora perto da sua casa.
Diplomação de eleitos
A cerimônia de diplomação dos candidatos eleitos por Cuiabá nas Eleições Municipais 2016 para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador, e dos 1º e 2º suplentes, será realizada na próxima quinta-feira, às 20h, segundo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT). Ao todo, 44 eleitos e suplentes.
Não serão diplomados: os candidatos que não tenham apresentado as contas de campanha; os de sexo masculino que não tenham comprovado a quitação com o serviço militar; e os que estejam com o registro de candidatura indeferido, ainda que sub judice.
O vereador Chico 2000 foi reeleito nas eleições deste ano com 3.620, o nono mais votado dentre os 24 que conseguiram mandato para a próxima legislatura. Ele já disputou três eleições. Na primeira, em 2000, ficou na terceira suplência; em 2004, conquistou a primeira suplência e, em 2008, conseguiu seu primeiro mandato com 4.564 votos.
Na semana passada, o presidente da Comissão de Ética da Câmara, vereador Toninho de Souza (PSD), disse que aguarda a entrada de pedido investigação do vereador Chico 2000 no Legislativo para dar início ao processo de apuração que pode levar à cassação do mandato. Segundo ele, o processo pode ser aberto nesta semana.