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Evandro José Goulart, investigado de integrar a organização criminosa que praticava estelionato por meio do Soy Group, teve a liminar (decisão provisória) de pedido de habeas corpus negada pelo desembargador Orlando de Almeida Perri do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A decisão foi dada nesta quarta-feira (28).
O representante financeiro da empresa se encontra preso preventivamente, no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), em razão da suposta prática do crime de estelionato e por integrar a organização criminosa, desde a deflagração da operação Castelo de Areia, no dia 26 de agosto. As investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) apontam que Evandro tivesse participação ativa na captação de vítimas e tratativa dos empréstimos fraudulentos.
No pedido a defesa nega as acusações. “Evandro não possuía a função de receber qualquer tipo de valor, não recebia documentação, não tinha conhecimento de qual era o procedimento utilizado pelo Grupo SOY, e que apenas atuava na função de contador da empresa”, descreve o pedido.
A defesa relata ainda sobre a suspeita de obtenção de vantagem ilícita do cheque caução, por parte de Evandro e assinala que sequer foi apurado se as operações de crédito foram efetivadas.
Utilizou-se também do depoimento do presidente do grupo, Walter Dias Magalhães Junior, que afirmou que o Evandro era contratado e fazia tão apenas o que Walter mandava, e que o cargo de funcionário da empresa foi atribuído pela própria decisão que decretou a prisão cautelar.
Na decisão, Perri argumenta que há vários indícios apontados pelas investigações de que Evandro participava do esquema e lembrou o depoimento de uma das vítimas do golpe. “Em algumas das tentativas de reaver a quantia paga, a vítima foi atendida por Evandro que lhe dava muitas desculpas sem fundamento”, citou.
O desembargador também afirma que para garantir a ordem pública nenhuma medida cautelar poderia surtir efeito desejado. “Assim como não há evidências de quea imposição de medidas cautelares diversas da prisão sejam suficientes para atingir a finalidade pretendida para se evitar a reiteração criminosa. Indefiro a liminar requestada”, negou o pedido.
Castelo de Areia
Entre os denunciados na operação está o ex-vereador e presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, João Emanuel Moreira Lima, acusado por aplicar golpes com contratos de até R$ 1 bilhão.
Pelas investigações, foi descoberto que o grupo oferecia empréstimo a juros baixos, vendendo “fumaça” para clientes e dizendo que os juros vinham de bancos do exterior. As vítimas acabavam acreditando, já que a empresa era bem montada.
Além de João Emanuel, preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), e Evandro Goulart, Walter Magalhães Junior e Marcelo de Melo Costa também foram detidos na operação, Shirlei Matsucka (esposa de Wlter) e Lázaro Roberto Moreira Lima respondem o processo em liberdade.
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