Juiz da 1ª Vara Criminal de Várzea Grande, Murilo Moura Mesquita, determinou a manutenção da prisão de Joílson James Queiroz, acusado de ser o mandante de assassinatos que se popularizaram como "Chacina da Fazenda São João", propriedade do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro.
Decisão do magistrado foi divulgada na quarta-feira (18).
Conforme noticiado, Joílson foi preso em fevereiro de 2022 após 18 anos foragido por conta dos assassinatos de José Ferreira de Almeida, Arili Manoel Oliveira e Pedro Francisco Silva, em 2004.
No pedido à Justiça, defesa alegou que não existiam fundamentos para manutenção da prisão preventiva de Joílson devido à falta de contemporaniedade da custódia. Questionado sobre a demanda, o Ministério Público de Mato Grosso frisou os motivos da prisão e pleiteou pela continuidade da detenção.
Ao julgar o caso, o magistrado apontou que a materialidade e os indícios de autoria que pesam contra Joílson seguem inalterados. Além disso, o juiz pontuou ainda que a situação jurídica do réu foi complicada pelo fato dele ter fugido do local do crime e só ter sido entregue à Justiça após cumprimento de mandado de prisão em outro estado.
Nesse sentido, o juiz acatou a manifestação do Ministério Público e manteve a prisão preventiva de Joílson.
O caso
A chacina ocorreu em março de 2004, na fazenda São João, localizada às margens da BR-163, próxima ao Trevo do Lagarto, em Várzea Grande.
A Polícia Civil identificou 8 envolvidos no crime, todos funcionários da propriedade, que foram indiciados por homicídio qualificado (cometido por motivo fútil, uso de meio cruel e sem chance de defesa), ocultação de cadáver e formação de quadrilha.
Crime ocorreu pelo fato de as vítimas estarem pescando na represa da fazenda. Segurança do da propriedade localizou o grupo e matou a tiros Itamar Batista Barcelos.
Em seguida, outros seguranças foram ao local e acionaram Joílson, que era gerente da fazenda. Joílson então teria dado a ordem para que as outras 3 pessoas flagradas pescando no local, Pedro Francisco da Silva, José Pereira de Almeida e Areli Manoel de Oliveira, fossem amarradas e jogadas na represa para serem mortas.
Depois de mortas, as vítimas tiveram os corpos jogados em uma área à margem da estrada da localidade de Capão das Antas, em diferentes pontos, a fim de dificultar o trabalho investigativo da polícia.