Funcionário de operadora de telefonia mostra a parte traseira do iPhone 5S e do iPhone 5C em loja de Utah, nos Estados Unidos, na quinta-feira (19) (Foto: George Frey/Reuters)
A Justiça federal dos Estados Unidos ordenou a Apple a burlar a criptografia do iPhone. Em decisão emitida nesta terça-feira (16), o tribunal determinou que a empresa forneça a investigadores do FBI as informações do celular de um atirador que matou 14 pessoas em dezembro de 2015, após a companhia ter “declinado de colaborar voluntariamente”, segundo a rede de TV NBC.
A decisão judicial fez Tim Cook, presidente-executivo da Apple, se pronunciar. “O governo dos EUA demandou que a Apple tomasse um passo sem precedentes que ameaça a segurança de nossos consumidores. Nós nos opomos a essa ordem, que tem implicações muito além do caso legal”, afirmou em carta publicada na terça.
A Promotoria de Los Angeles quer que a Apple forneça meios de o FBI ter acesso às informações presentes no iPhone de Syed Farook, que, em uma ação junto de sua esposa Tashfeen Malik, matou a tiros 14 pessoas em San Bernardino, na Califórnia, no fim do ano passado.
“Apple tem os meios exclusivos técnicos que ajudariam o governo a concluir a busca, mas se negou a fornecer essa ajuda voluntariamente”, argumentou a promotoria. A entidade quer saber com quem os dois se comunicavam, quem os teria ajudado e por onde andaram antes de executarem o plano.
Apesar de se dizer chocado e ultrajado com o atentado terrorista de San Bernardino, o presidente da Apple diz que a companhia acredita que investir esforços contra sua tecnologia de segurança pode colocar seus sistemas de proteção em risco.
“Toda essa informação precisa ser protegida de hackers e criminosos que querem acessá-la, roubá-la e usá-la sem nosso conhecimento ou permissão. Os clientes esperam que a Apple e outras companhias de tecnologia façam tudo em seu poder para proteger suas informações pessoais, e na Apple nós estamos profundamente comprometidos a salvaguardar os dados deles”, disparou Cook.
“O FBI pode usar diferentes palavras para descrever essa ferramenta, mas não há dúvidas: construir uma versão do iOS que passe pela segurança dessa forma seria inegavelmente criar uma porta dos fundos. E enquanto o governo pode concordar que seu uso seria limitado a esse caso, não há maneira de garantir esse controle.”
A Justiça dos EUA deu cinco dias para a Apple dar “assistência técnica razoável” aos investigadores do FBI nas tentativas de destravar o iPhone 5c de Farook. Segundo os promotores, informações na conta iCloud de Farook indicam que ele manteve contato com algumas das vítimas antes dos ataques.
Fonte: G1