A Vara da Infância e Juventude determinou, nesta quarta-feira (23), que 28 adolescentes apreendidos nos arrastões do fim de semana sejam internados provisoriamente em unidades do Degase, como mostrou o RJTV. Ao todo, 29 foram ouvidos desde terça-feira (22) no Fórum de Olaria, no Subúrbio do Rio.
No último fim de semana, foram registrados mais de 80 casos de roubo e furto na 14ª DP (Leblon). Já na 12ª (DP), foram 71 furtos e 11 roubos. Além dos menores apreendidos, 11 pessoas foram presas.
A Polícia Civil analisa as imagens dos arrastões e investiga grupos que, pela internet, ameaçam fazer justiça com as próprias mãos e também os menores que ostentam os produtos roubados.
“É crime exercer a justiça pelas próprias mãos, com penas que vão até dois anos. Mas além disso a polícia está focando suas ações, principalmente, nesses baderneiros. Essas pessoas que estão se mobilizando pela internet e até ostentando pela internet os fatos que ocorrem nesses arrastões”, explicou o delegado Alexandre Thiers, da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI).
Pelo menos 10 ônibus das linhas 474 e 476 foram depredados no fim de semana. Elas ligam o Méier e o Jacaré a praias da Zona Sul. O medo da violência levou dois motoristas a pedirem demissão. A Viação Braso Lisboa, responsável pelas linhas, disse que desconhece o pedido dos condutores.
"Nós monitoramos os ônibus que vem com esses adolescentes que não pagam passagem desde que saem das áreas das UPPs. Se eles são abordados antes, é porque temos informações de inteligência indicando isso. E esses jovens que não pagam passagem e roubam os outros não chegarão na praia. A minha ordem desde o inicio da Operação Verão foi essa", disse o governador Pezão.
Matriculados em escolas
A Secretaria de Desenvolvimento Social divulgou um perfil dos mais de 700 menores que foram abordados pela PM no verão de 2014 (na praia ou na saída da praia) e levados a abrigos da Prefeitura, considerados em condição de vulnerabilidade. A lista, que será enviada à secretaria de Segurança Pública para ajudar na triagem de adolescentes apreendidos, tem em sua maioria negros e pardos, com 86,68% do total. Grande parte também está matriculada em escolas, com 88%. Não há dados, no entanto, sobre a frequência às aulas.
As informações teriam sido dadas pelos próprios menores. Eles não teriam cometido nenhum ato infracional, mas teriam sido encontrados em situação de vulnerabilidade. A maioria deles tinha entre 12 e 17 anos (87,73%), família (70,1%) e não carregava documentos (82,38%), como mostrou o RJTV desta quarta-feira (23).
Fonte: G1