A Justiça de São Paulo decretou nesta semana a prisão preventiva da universitária acusada de atropelar e matar um gari no Centro da capital paulista em 2015. O motivo da prisão foi o fato de ela ter faltado a uma audiência do caso.
Hivena Queiroz Del Pintor Vieira, de 27 anos, é ré no processo pelo qual respondia em liberdade pelo crime de homicídio culposo (sem intenção de matar) contra Alceu Ferras, de 61. Agora, ela passa a ser procurada pela Justiça para responder ao crime presa.
O atropelamento, ocorrido em 16 de agosto daquele ano, na Avenida São João, teve repercussão à época porque a motorista fugiu sem prestar socorro à vítima. Câmeras de segurança gravaram o carro dela com o para-brisa dianteiro danificado entrando numa rua próxima na contramão.
Alceu trabalhava na limpeza da calçada quando foi atingido pelo veículo, que subiu a guia. Hivena só se apresentou à polícia quase uma semana após o atropelamento, acompanhada de seu pai e de um advogado (veja abaixo reportagem do SP1 de 2015 sobre o caso).
Na delegacia, ela alegou que dirigia em velocidade acima da máxima permitida para o trecho para escapar de assaltantes. Contou em seguida que perdeu o controle do seu Peugeot e bateu em alguma coisa ou alguém.
Hivena disse ainda que não parou para ver o que era porque ficou com medo dos criminosos armados. Após ser indiciada, ela deixou o distrito policial pela porta da frente.
Mas como ela faltou à audiência de instrução do caso, marcada para terça-feira (6), no Fórum da Barra Funda, Zona Oeste da capital, a juíza Sonia Nazaré Fernandes Braga determinou que a estudante seja presa. Nessa etapa do processo, a magistrada decidirá se absolve a acusada ou a julga pelo crime.
“Possível perfil de quem procura a qualquer custo se desvencilha da aplicação à lei penal (…)”, escreveu a juíza em sua decisão. “São fundamentos pelos quais decreto a prisão preventiva de Hivena.”
De acordo com Sonia, nem a defesa de Hivena sabe onde ela possa estar. “Quebrou com o dever de comunicar nos autos qualquer alteração de seu endereço.”
O pedido de prisão havia sido sugerido pela promotora Denise Elizabeth Herrera e pela assistente de acusação Vitória Nogueira, advogada que defende os interesses da família de Alceu.
O G1 não localizou a representante do Ministério Público (MP) para comentar o assunto.
Procurado pela reportagem, o advogado Ademar Gomes, que trabalha no escritório que atua para os parentes do gari, afirmou que nem a acusada nem seus defensores compareceram à audiência. “Demonstrando desprezo pela Justiça”, disse Ademar.
A defesa da motorista também não foi encontrada para tratar do caso. Ela estaria morando em Mato Grosso.