O delegado responsável pelo caso, Miguel Capobianco, disse ao G1 que a mulher é procurada desde a tarde de quarta-feira (3), quando caso ganhou repercussão após ser divulgado.Os policiais estão na rua, foram aos locais que tinham informação que ela frequentava, mas não a encontraram. Vamos atrás onde ela estiver seja na cidade, seja em outro estado, disse.
Segundo o delegado, a suspeita pode ser enquadrada nos crimes de maus-tratos, com pena de até 1 ano, e tortura, de 2 a 8 anos. Por ser agente pública, a condenação pode aumentar. O delegado afirmou ainda que a outra funcionária que acompanhava as agressões feitas pela colega e que não reagiu também é investigada e será ouvida.Ainda não pedimos a prisão dela, mas no curso do inquérito isso pode ocorrer. Ela também responderá como coautora, relatou.
Capobianco disse que ao menos seis pais já foram ouvidos até as 16h30 desta quinta-feira.Queremos ouvir o máximo de vítimas para dar continuidade do inquérito. Por isso, é importante que os pais que notem qualquer anormalidade nos filhos, tanto no comportamento quanto em alguma possível lesão, que procure a família, orientou.
Agressões
As crianças choravam quando chegava a hora de ir para a creche, que fica no bairro Cristo Redentor. Algumas delas voltavam com marcas roxas pelo corpo, o que fez vários pais desconfiarem da situação. Então, eles se reuniram e um deles colocou a câmera na mochila do filho.
A gente notou situações diferentes. Quando era repreendido em casa, por exemplo, ficava com medo e não andava. Além disso, passou a ter reações estranhas, roxos e arranhões, disse Maurício Pissinatti, pai de um menino agredido.A gerente de loja Jucelaine Gisele Rodrigues da Silva também notou um comportamento estranho da filha, principalmente durante a noite. Ela dormia muito assustada, falava várias vezes ‘não, titia’ no meio da noite. Achei muito estranho e desconfiei que estivesse acontecendo alguma coisa na creche porque em casa ela tem todo o carinho que uma mãe pode dar, relatou.
Perfil
A agressora tem 46 anos e foi admitida pela Prefeitura em 2011. Desde então trabalhava como monitora na mesma creche. Antes da admissão, ela passou por uma avaliação psicológica, mas o laudo não apontou nada de errado.A colega dela que assistiu as agressões tem 57 anos e foi admitida em 1989 como merendeira. Depois esse cargo foi extinto, todas as merendeiras passaram a auxiliar de escola na rede municipal.A administração municipal informou que não tinha conhecimento de maus-tratos praticados na creche ou pela monitora.
Sindicância
Uma sindicância foi aberta para apurar o caso e o prazo para a conclusão é de até 30 dias. José Roberto Carvalho, procurador jurídico do município, citou o princípio da ampla defesa como forma de dar oportunidade para que as funcionárias apresentem suas versões do ocorrido.
A diretora do Departamento de Educação da cidade, Maria Regina Nery, descreveu o episódio como "um momento de extrema revolta e de vergonha". A direção da creche não se manifestou sobre o assunto.As medidas tomadas pelo Conselho Tutelar, segundo o presidente Márcio Roberto Silva, serão protetivas. "Acompanhamento psicológico para que não fiquem com nenhum trauma por conta do que elas sofreram", explicou Silva.
G1