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Justiça concede prisão domiciliar para mãe de menor vítima de estupro que sabia de abusos; MPMT vai recorrer

A Justiça Estadual concedeu prisão domiciliar mediante uso de tornozeleira eletrônica para a mãe de uma menina de 11 anos, que foi vítima de estupro de vulnerável. Segundo as informações iniciais, a mulher consentia com os abusos sexuais praticados pelo marido, que é padrasto da menor. A decisão foi da Segunda Vara Criminal de Sorriso (420 km de Cuiabá) foi dada nesta quarta-feira (7). O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) ingressou com recurso contra a medida no dia seguinte.

A mãe da garota e o companheiro dela tiveram prisão preventiva decretada pela justiça na segunda-feira (6). Entretanto, o juízo da 2ª Vara Criminal acolheu pedido da defesa pela revogação de prisão preventiva da mãe e estabeleceu as cautelares. O padrasto continua preso. “Conforme as investigações que resultaram na prisão preventiva do casal, o padrasto da vítima vinha praticando diversos atos libidinosos contra a criança de 11 anos com o conhecimento e consentimento da mãe”, diz um trecho do recurso. 

A preocupação do Ministério Público também é em relação à outra criança. No recurso, a promotora de Justiça lembra que a mãe da vítima havia mudado de Sinop porque teria abandonado a filha de 11 anos em casa (abandono de incapaz). “Agora, com os indícios apresentados dando conta de delitos contra a filha caçula, a liberdade da mãe coloca em xeque a instrução criminal e a própria aplicação da lei penal”.

O recurso assinado pela promotora de Justiça Fernanda Pawelec Vasconcelos sustenta que “elementos de prova considerados pelo magistrado que decretou a preventiva do casal revelaram que a mãe da criança não dorme com o esposo, quem dorme com ela é a filha caçula. A mãe dorme em outro quarto”.

Campanha – Dados mais recentes do Ministério da Saúde revelam que 202.948 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes foram notificados no Brasil no período de 2015 a 2021. O que dá uma média de 80 casos por dia nesses sete anos. É com esse enredo que o Ministério Público do Estado de Mato Grosso lançou na terça-feira (7) a Campanha Estadual de Enfrentamento e Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantojuvenil, em alusão ao “Maio Laranja”, movimento que tem por objetivo dar visibilidade ao tema, sensibilizando a sociedade, a família e as instituições na tarefa de assegurar proteção e integridade às crianças e aos adolescentes.  No Brasil, a cada hora, três crianças são vítimas de violência sexual na forma de abuso ou exploração sexual do público infantojuvenil.

João Freitas

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