A Justiça estadual concedeu prisão domiciliar ao ex-vereador João Emanuel Moreira Lima,preso na Operação Castelo de Areia, da Polícia Civil, em Cuiabá, na última sexta-feira (26), como suspeito de aplicar golpes que podem chegar a R$ 1 bilhão.
O recurso foi aprovado neste sábado (27) pelo desembargador Pedro Sakamoto, que acatou argumentação de estado de saúde João Emanuel. Ele recebeu voz de prisão em hospital na capital, onde estava internado até ontem após passar por cirurgia. A defesa ainda alegou que seu cliente tem o direito de prisão diferenciada por ter formação de advogado. O pedido para cumprimento da ordem judicial fora ingresso ainda na sexta-feira.
Emanuel era o vice-presidente da empresa Soy Group, empresa investigada na Operação Castelo de Areia. “Ele era um dos 'cabeças’ dessa organização criminosa”, declarou o delegado Luiz Henrique Damasceno, da Delegacia Regional de Cuiabá.
A investigação apura crimes de estelionatos praticados pelo grupo, que agiria em todo o Estado de Mato Grosso aplicando variadas formas de golpes, deixando prejuízos que ultrapassam R$ 50 milhões para quatro vítimas identificadas no inquérito policial e outras três que ainda não foram ouvidas.
Em um dos golpes, uma vítima afirma que o vice-presidente da empresa Soy Group, o advogado João Emanuel, teria utilizado um falso chinês para ludibriá-lo em um suposto investimento com parceria com a China, fazendo com que o investidor emitisse 40 folhas de cheque, que juntas somam o valor de R$ 50 milhões.
“João Emanuel teria até traduzido o idioma da China, fazendo uma verdadeira farsa. Intérprete sem entender muito do mandarim”, observou o delegado Luiz Henrique, prevendo que os golpes possam chegar a R$ 1 bilhão.