A audiência do empresário Willians MIschur, dono da Consignum, foi adiada para a próxima quarta-feira (17) pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda. Ele seria ouvido hoje em um grupo de 17 pessoas investigadas dentro da Operação Sodoma. Segundo a Justiça, a oitiva foi remarcada por o empresário não estar em Cuiabá. Estaria em viagem aos Estados Unidos com retorno marcado para a segunda quinzena deste mês.
Mischur é investigado por participação em suposto grupo de pagamento de propinas a gestores do alto escalão do governo de Silval Barbosa (PMDB) em 2014. Além do próprio governador, três ex-secretários – César Zilio (Administração), Marcel Cursi (Fazenda) e Pedro Nadaf (Indústria e Comércio) – teriam sido beneficiados com a fraude, que chegou a movimentar R$ 1 milhão, segundo Delegacia de Fazenda (Defaz). Mischur confessa ter repassado R$ 700 mil em esquema, conforme o Tribunal de Justiça.
As investigações da Defaz levaram à prisão quatro ex-gestores na segunda fase Operação Sodoma, deflagrada em setembro do ano passado.
Depoimento
Em depoimento em audiência esta tarde à juíza Selma Arruda, o ex-assessor técnico da extinta Secretaria de Administração (SAD), Nelson Correa Viana, disse não ter identificado erros em processos de licitação pública durante o governo de Silval Barbosa (2011-2014). Disse que, a partir de 2011, houve registros de “pequenas diferenças” em certames da secretaria, mas não confirmou que tratavam de fraudes.
Questionado sobre sua relação com o ex-secretário César Zilio, que na época estava no comando da pasta, disse que teve contatos pontuais com o gestor e fez referência a uma situação em que Zilio teria telefone para ele para intermediar atendimento com uma empresa. Porém, afirmou que ex-secretários seriam subservientes ao ex-chefe de gabinete do governo de Silval, Silvio Cézar Corrêa Araújo.