A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), nesta quarta-feira (10), e tornou réu Rodrigo Machado de Oliveira, de 33 anos, acusado de explodir parte do supermercado de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.
Ele responde por dois homicídios qualificados tentados, duas extorsões qualificadas, explosão e artefato explosivo.
Na denúncia, o MPMT alegou que o réu agiu com dolo eventual, ou seja, assumiu o risco dos resultados da explosão, por motivo fútil e dificultou a defesa da vítima.
O investigado já se encontra detido na unidade penitenciária Major PM Eldo Sá Correa.
A denúncia foi feita pela 6ª Promotoria de Justiça Criminal de Rondonópolis e recebida pelo juiz de Direito Wagner Plaza Machado Júnior, da 1ª Vara Criminal da comarca. O MPMT fez o pedido para que o acusado seja julgado por um júri.
O caso
No dia 4 de abril, Rodrigo causou uma explosão em um supermercado no Bairro Vila Operária, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. Uma criança de sete anos ferida. O vídeo de uma câmera de segurança gravou o momento exato da explosão.
Nas imagens, é possível ver pessoas circulando pelos corredores do local e, em seguida, o momento exato da explosão, que começa na lateral de uma gôndola e atinge o teto do estabelecimento, formando uma nuvem de fumaça que se espalha por todo lugar.
A criança que ficou ferida, de acordo com os Corpo de Bombeiros, foi socorrida pelo pai, sendo encaminhada ao pronto atendimento da cidade e, depois, levada ao hospital regional.
Durante as investigações, Rodrigo contou que entrou em contato, via aplicativo de mensagens com o telefone de Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) do estabelecimento, dizendo ser membro de uma organização que efetua ações de altíssima violência e exigiu o pagamento de R$ 300 mil em criptomoedas e, se não fosse atendido, atacaria as lojas que compõem a rede.
No dia seguinte, sabendo dos danos ocorridos pela repercussão nas redes sociais, Rodrigo entrou novamente em contato com o SAC, fez nova ameaça e exigiu o pagamento dos R$ 300 mil. As lojas da rede foram fechadas e vistoriadas. Na mesma unidade onde houve a explosão foi encontrado um objeto similar a um artefato explosivo.
O acusado é barbeiro e não possui passagens criminais, conforme a polícia. Ele alegou aos policiais que sabe manusear explosivos e fabricava bombinhas caseiras. Além disso, contou que planejava o crime desde outubro do ano passado.
Segundo a Polícia Civil, na casa do investigado foram apreendidos objetos utilizados na fabricação de artefatos explosivos caseiros.