O ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho (União-MA) agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a confiança durante o período em que esteve à frente da pasta. Juscelino deixou o governo na quarta-feira, 9, após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de desvio de emendas enquanto deputado.
Em publicação no Instagram nesta sexta-feira, 11, Juscelino disse que esteve no Palácio da Alvorada para agradecer pessoalmente a Lula. “Foi uma honra conduzir programas fundamentais para a inclusão digital e contribuir com a reconstrução do Brasil, levando mais dignidade a quem mais precisa”, escreveu.
“Sinto muito orgulho de fazer parte desse esforço coletivo liderado pelo nosso presidente. E a partir de agora continuarei ajudando o presidente e o Brasil lá do Congresso Nacional”, completou o ex-ministro, que reassumiu o cargo de deputado federal, para o qual foi eleito em 2022.
Sua exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) na quarta-feira e assinada por Geraldo Alckmin (PSB), presidente em exercício, já que Lula está em viagem ao exterior.
Juscelino Filho entregou sua carta de demissão no dia anterior, em que afirmou não querer criar constrangimento ao presidente Lula, saindo antes de o STF apreciar a acusação contra ele para se defender fora do governo.
“Hoje tomei uma das decisões mais difíceis da minha trajetória pública. Não o fiz por falta de compromisso, muito pelo contrário. Saio por acreditar que, neste momento, o mais importante é proteger o projeto de país que ajudamos a construir e em que sigo acreditando”, disse ele na carta.
A investigação que deu origem à denúncia foi instaurada a partir de reportagens do Estadão. Em janeiro 2023, o jornal revelou que o ministro, quando deputado, destinara recursos do orçamento para asfaltar uma estrada na cidade que passava pela fazenda da sua família.
De acordo com a apuração, Juscelino Filho destinou emendas parlamentares à prefeitura de Vitorino Freire (MA), cidade que era administrada por sua irmã Luanna Rezende. Segundo a denúncia, ele teria recebido propinas em troca da destinação dos recursos e do direcionamento de contratos a certas empresas. O ministro nega irregularidades.