O Democratas trabalha para lançar candidatos majoritários fortes em 2018 e para isso aceita várias alianças, além de apostar numa candidatura pesada, com a dupla Jayme Campos (DEM) e Mauro Mendes (PSB) à frente, para o governo, disse o militante histórico do partido, ex-prefeito, ex-governador, ex-deputado federal e ex-senador Júlio Campos em entrevista ao jornalista Paulo Coelho, na Rádio Capital, na manhã desta quinta-feira (15). Para isso, ressaltou Júlio, só falta confirmar com Mauro a mudança de partido e o abandono ao atual governador.
“São nomes que ultrapassam qualquer articulação, colocados a nível de estado com grande perfil administrativo e de preparo não só para governador como para senador”. Citou pesquisas internas nas quais os dois disputariam “de igual para igual” com Pedro Taques (PSDB).
Júlio Campos também usou um batido jargão para se referir à possibilidade de lançar a chapa com seu irmão como candidato a governador e Mauro Mendes como vice. “Por que não uma dobradinha Mauro Mendes e Jayme Campos ou Jayme Campos e Mauro Mendes para uma disputa majoritária?”.
Júlio minimizou a feijoada realizada há cerca de 15 dias pelo atual governador com Jayme Campos e outras lideranças. Para ele, não passou de um almoço social, de reaproximação com aliados que estavam atritados, uma “reconciliação interna corporis (entre Carlos Fávaro e Nilson Leitão), mas sem nenhum sentido”, pois só a presença do irmão mais novo não garantiria nada.
E foi mais longe ainda com o líder do PSDB na Assembleia Legislativa. “A expressão política do Guilherme (Malouf) é muito pouca para discutir uma sucessão, uma coligação. O próprio governador nem sequer definiu se ele pode ser candidato à reeleição, né? Falou que depois que comer a canjica que ele vai definir”, ironizou, acentuando a inconfundível inflexão cuiabana, antes de afirmar que Pedro Taques não entraria numa fria de disputar uma eleição sem possibilidade de vitória e por isso vai sim se basear nas pesquisas a partir de março.
Na percepção dele, uma coligação forte como a de 2014 em torno da reeleição do atual governador está bem difícil nos dias de hoje, sem esquecer no entanto que, mesmo desgastado e com dificuldades financeiras evidentes, o detentor do cargo já sai para a corrida com uma vantagem de até “1/4 dos votos. Ele vai avaliar se com esta votação de partida tem condições de chegar aos 51% necessários para ganhar a eleição. E se o nome dele vai conseguir agrupar os partidos, porque hoje, você sabe, não estamos agrupados. Há dificuldade e jogos de interesse muito grandes e não tem como acomodar numa chapa só todas as reivindicações políticas e partidárias dos diversos partidos que compuseram a eleição de 2014”.
A convenção nacional do partido acontece no dia 08 de março, informou o presidente nacional da legenda, o senador José Agripino Maia, citado por Júlio. Ele afirma, ainda, que o DEM deve receber 29 novas filiações, divididas entre senadores e deputados federais e “vários deputados estaduais espalhados pelos estados da federação, além de políticos renomados sem mandato”.
Ele não confirmou a falação em torno do nome de Fábio Garcia como novo presidente regional do DEM. Elogiou a “atuação brilhante em Brasília”, mas lembrou outros nomes possíveis, como a manutenção do atual presidente, Dilmar Dal Bosco, e deixou escapar certa preferência por Eduardo Botelho, pois este teria um trânsito muito bom no partido e uma “estrutura muito boa não só empresarial como política. Tem grande espaço na imprensa”.
A aposta no projeto é tão grande que ele garantiu "já estar incorporado nele" e disposto a "sacrifícios" como lançar-se, ele mesmo, candidato numa proporcional.