O ex-governador e ex-senador (entre outros cargos) Júlio Campos (DEM) voltou a tecer críticas ao governador Pedro Taques (PSDB) dizendo que este não sabe receber críticas e essa característica não pode existir em quem “quer ser político”. Também disse que o tucano gosta de se fingir de morto somente para também fingir que não conhece o peso da liderança dele, além de chamá-lo de mau pagador e grande devedor devido ao não pagamento de veiculações de comerciais institucionais do Estado na Televisão Brasil Oeste, de propriedade de Campos.
As afirmações foram feitas em entrevista ao jornalista Paulo Coelho na manhã desta sexta-feira (13).
“A pessoa tem que estar preparada psicologicamente para receber não só elogios, como principalmente as críticas. Sempre convivi com críticas e até xingamentos. Isso faz parte da vida pública, quem não quer se expor não pode ser candidato nem exercer cargo público”, disse Júlio.
Ele ironizou o fato de até agora o governador não admitir sua pré-candidatura, mas “agir como super candidato” ao participar de vários eventos, inaugurações, solenidades, numa frequência pouco vista em outros períodos. Júlio também lembrou a presença do DEM no almoço dos descontentes dizendo que isso “deu uma coçadinha em quem está no Palácio Paiaguás e quer continuar governando Mato Grosso com muita incompetência” na opinião pessoal dele.
Sobre a percepção de Taques de que a grande liderança do DEM é Jayme Campos, Júlio disse que é estratégia. “Quer menosprezar minha figura como de outros líderes”, mas tem que entender que temos aspiração de crescer majoritariamente e têm todas as condições para isso, pois podem escolher tanto lançar Mauro como governador e Jayme como vice ou vice-versa e até mesmo um dos dois ao Senado, com um terceiro nome.
“Ele faz de tudo pra se aproximar de Jayme pra ver se consegue segurar alguma coisinha, algum respaldo do DEM junto a ele, mas não adianta mais. O dia que nosso ex-presidente Dilmar Dal Bosco, hoje tesoureiro, deixou a liderança do governo [na Assembleia] ficou claro que não havia mais condições de manter aliança com o PSDB”.
Lembrou que não dá para vencer eleição majoritária sem muitos aliados, de peso de preferência. Em resumo, melhor ter problemas em escolher grandes nomes e apoio do que não ter nenhum. “Estamos trabalhando com pesquisas feitas pelo Ibope para ver qual dos dois nomes tem mais chances de conseguir mais votos. Trabalhamos com duas vertentes, Jayme Campos e Mauro Mendes ou Mauro Mendes e Jayme Campos ou um para o governo e outro para o Senado”.
Tudo, porém, só se define após junho, com pesquisas e convenções vaticinadas. Chegou mesmo a lembrar até o nome de Eduardo Botelho (DEM) como possível candidato, em outro cenário menos hipotético.
Encerrou dizendo que o governador merece todo respeito pessoalmente, apesar de atrito empresarial, “e ele sabe o porquê, pois há uma má vontade com relação a isso. Ele é o culpado por ser mau pagador e grande devedor”. E que está juntando forças assim como o próprio Taques o faz para só em outubro “Deus e o povo” mostrarem de quem gosta mais. Democraticamente ele tem que entender que deve se submeter ao voto popular. E uma vez mais listou nomes de Wellington Fagundes, Otaviano Pivetta, Zeca Viana e até mesmo ele mesmo. “Se ninguém tiver coragem, estou pronto para disputar uma eleição de governador. Ando com saúde e disposição, porque o povo ainda respeita um pouco nosso trabalho”, acredita ele.