O ex-governador Júlio Campos (DEM) afirmou que desistiu de disputar a eleição suplementar ao Senado, marcada para 15 de novembro deste ano. A decisão, segundo ele, já foi comunicada ao presidente da sigla no estado, o ex-deputado federal Fabio Garcia.
Júlio elencou uma série de motivos que o levaram a recuar do pleito, entre eles, a preocupação com sua saúde.
“A pandemia da Covid-19 me prejudica, prejudica meu contato pessoal. Sou do grupo de risco, tenho 73 anos de idade, sou transplantado, pré-diabéticos e tenho que ter cuidado nesse período”, disse.
Além disso, o democrata afirmou acreditar que a unificação da disputa suplementar com as eleições municipais tornará o pleito mais caro.
Ainda segundo o ex-governador, o DEM parece caminhar dividido nesta disputa, já que parte de seus filiados tem a intenção de apoiar a candidatura de Carlos Fávaro, parte a de Otaviano Pivetta (PDT).
“Meu nome não está agora com total agregação, a agregação que deveria ter para ganhar eleição. Vi uma declaração de que o governador Mauro Mendes quer apoiar o Fávaro – com certa razão porque ele está fazendo um bom trabalho em Brasília”, disse.
“Tudo isso perturba o processo. Então, comuniquei ao Fabio Garcia de que não seria candidato”, emendou Júlio Campos.
Composição com Leitão
Ainda à reportagem, o ex-governador confirmou ter recebido na última segunda-feira (3) um convite do também candidato ao Senado Nilson Leitão (PSDB) para que ambos componham uma chapa.
Neste cenário, Júlio seria o primeiro suplente do tucano.
“Estamos estudando e depende do partido essa coligação. Quem decide é o partido. O Jaime Campos já havia comunicado o Fabio que se eu não fosse candidato, a preferência dele era apoiar o Leitão. O deputado Dilmar Dal'Bosco, que é de Sinop, também tem simpatia”, disse.
Na avaliação de Júlio, a composição com o PSDB seria a mais provável, uma vez que a maior parte dos democratas teria mais simpatia a Leitão.
“O [Eduardo] Botelho tem simpatia pelo Pivetta, mas não sendo o Pivetta, ele apoia o Leitão mais que o Fávaro. Está caminhando para isso. O Fávaro não tem simpatia do partido, não tem maioria. O DEM só teria unidade se tivesse candidato e mesmo assim não tava tendo, porque eu não consegui apoio de todos”, afirmou.
“O governador Mauro Mendes, como está doente, não está participando desses entendimentos. Então, o chefe da Casa Civil [Mauro Carvalho] já foi comunicado e está caminhando para isso”, concluiu.