Jurídico

Julgamento de Ledur deve começar nesta quinta (23); MP pede condenação por tortura

O julgamento da tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur, denunciada pela morte do aluno Rodrigo Patrício Lima Claro, deve ter início na quinta-feira (23).

A audiência será conduzida pelo juiz Marcos Faleiros, na Vara Especializada da Justiça Militar. O julgamento ainda terá a participação do Conselho Especial, formado por juízes militares.

O caso já foi adiado várias vezes e o último adiamento se deu após o promotor de Justiça, Paulo Henrique Amaral Motta, apresentar atestado médico, na véspera do julgamento, informando seu afastamento, por dois dias, para tratar doença.

Nas alegações finais, O órgão ministerial requereu a condenação da tenente pelo crime de tortura e que ela seja excluída dos quadros do Corpo de Bombeiros.

Ao longo do documento, o promotor destacou que alunos e ex-integrantes do Corpo de Bombeiros, confirmaram que a militar utilizava métodos reprováveis e abusivos contra Rodrigo, que, após sucessivas sessões de afogamentos por parte da tenente, passou mal e foi internado, mas não resistiu.

Além das testemunhas, o promotor citou que a certidão de óbito, o laudo pericial de necrópsia, o boletim de ocorrência e as declarações obtidas ao longo da fase investigativa demonstraram que Ledur agiu com emprego de violência, a intenso sofrimento físico e mental, como forma de lhe aplicar castigo pessoal ao aluno.

O caso

Após passar por uma série de afogamentos durante treinamento conduzido por Izadora Ledur, na lagoa Trevisan, em Cuiabá, Rodrigo Patrício Lima Claro passou mal e chegou a ser levado ao hospital.

Ele ficou internado por cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas faleceu em 15 de novembro de 2016.

Testemunhas relataram que o aluno estava sendo submetido a diversas torturas e que chegou a reclamar de dores de cabeça e cansaço.

A tenente foi afastada da corporação logo após a morte do jovem. Ela chegou a utilizar tornozeleira eletrônica, mas em outubro de 2017, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso atendeu o pedido de defesa e mandou retirar o monitoramento.

Redação

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