Nesta segunda-feira (06), a juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado, realiza audiência de instrução e julgamento de cinco réus acusados de integrarem uma organização criminosa para a prática de assaltos e homicídios na Capital coordenados de dentro da cadeia. A audiência está prevista para iniciar às 14 horas no Fórum de Cuiabá.
Denunciados em fevereiro deste ano, Joenilson Amancio Dias Braga, João Batista Costa Sanches, Luiz Felipe da Silva Rosa, Thiago Bento Almeida da Silva e Jean Carlos de Mello Batista teriam ligação com o Comando Vermelho de Mato Grosso (CVMT), segundo o Ministério Público Estadual.
O grupo criminoso atuava na prática de crimes patrimoniais, tráfico de drogas e homicídios no estado de Mato Grosso. As investigações que levaram a deflagração da Operação Gatilho se iniciaram em 2015, após assalto na casa de um empresário que atuava como atirador esportivo. Na ocasião, os criminosos roubaram várias armas da vítima e duas pessoas foram presas pela participação no crime.
Além disso, o grupo seria responsável por vários roubos ocorridos na Capital. Entre as ações criminosas estão o roubo em uma distribuidora, em que o objetivo era levar R$ 100 mil em dinheiro, e roubos de caminhonetes.
A audiência
Foram intimados para comparecer a audiência o delegado Guilherme Berto Nascimento Fachinelli, responsável pela investigação que levou a prisão de ao menos 13 pessoas na época, e mais dois investigadores da Polícia Civil.
João Batista e Joenilson Amancio, que estão presos, serão escoltados da Penitenciária Central do Estado (PCE) até o Fórum para participarem da oitiva.
Devido a greve dos detentos, a audiência foi redesignada para o dia 17 de novembro. O presídio encaminhou um e-mail à Vara informando que os mesmos não iriam. "O presídio enviou um e-mail informando que eles estão em greve branca e por isso não iriam", relatou a Corregedoria Geral de Justiça.
Operação Gatilho
A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cuiabá deflagrou a Operação Gatilho, no dia 13 de dezembro de 2016, para desarticular um grupo criminoso envolvido em roubos e homicídios na região da grande Cuiabá. Os crimes eram articulados dentro das penitenciárias e cometidos por membros da organização criminosa, que estavam fora dos presídios.
Dentre os 17 mandados de prisão, três foram contra detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE) e um no presídio de Barra do Garças.
A atuação do grupo criminoso foi descoberta durante investigações de um roubo, ocorrido no final de 2015, que teve como vítima um empresário que atuava como atirador esportivo. Na ocasião, os criminosos roubaram várias armas da vítima e as investigações apontaram que o crime havia sido planejado por uma organização criminosa que ordenava os crimes de dentro do presídio. Na época, duas pessoas foram presas pela participação no crime.
Ainda contam entre os crimes cometidos pelo grupo, o roubo a uma residência, ocorrido em outubro de 2016, no bairro Boa Esperança. Entre os presos está uma mulher, prima da vítima que teria passado informações para os criminosos.
A jovem e seu namorado são apontados como mentores do roubo. Na semana passada, outro integrante da quadrilha já havia sido preso, após ser identificado nas investigações da Derf.
De acordo com o delegado Guilherme Bertoli, que coordenou a investigação, na ação foram apreendidos um veículo Volkswagen Fox, utilizado pela quadrilha, um revólver calibre 38 com numeração raspada, e joias da vítima.
Comando Vermelho
O Comando Vermelho (CV) tem origem no Rio de Janeiro e se espalhou pelo país. Considerado uma das maiores organizações criminosas do Brasil, o grupo divide o domínio no sistema penitenciário com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Mesmo dentro dos presídios, os membros do Comando Vermelho conseguem ordenar assaltos a bancos, sequestros, homicídios e tráfico de drogas e armas.
