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Juíza deve analisar pedido do Gaeco sobre nova prisão de empresário

Foto: Ahmad Jarrah

O pedido de nova prisão preventiva contra o empresário Alan Mlouf, sócio do Buffet Leila Malouf, já está em mãos da juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.

O pedido formulado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deve ser analisado pela magistrada nos próximos dias.

Alan foi preso no dia 14 de dezembro de 2016 no Serviço de Operações Especiais (Soe), durante a 3ª fase da Operação Rêmora. No entanto, o empresário foi colocado em liberdade no dia 24 de dezembro, por determinação da juíza plantonista,  Maria Rosi Meira Borba, do Fórum da Capital.

Por descordar da decisão da magistrada, o Gaeco, no dia 26 de janeiro, entrou com novo pedido de prisão preventiva, que agora está novamente nas mão de Selma.

O empresário  é acusado de ser um dos líderes no suposto esquema de fraudes em licitações e cobrança de propina de empresários que mantinham contratos com a Secrearia de Estado de Educação (Seduc).

De acordo com o Gaeco, o pedido à Selma é baseado no entendimento de que as provas contra o empresário, assim como os requisitos para a prisão preventiva, se mantêm inalteradas. Para o Gaeco, há evidências de que o empresário tentou atrapalhar as investigações, quando teria interferido na colaboração do empresário Giovani Guizardi, o delator do esquema na operação.

Além disso, o Gaeco questiona o fato de a liberdade de Alan ter sido determinada em um recesso forênse.

Novidades

Durante as investigações novos esquemas foram detectados pela equipe do MP que, inclusive, designou novos depoimentos. E, conforme o coordenador do Gaeco, Marco Aurélio Castro, deve destrinchar novas operações.

Entenda o caso

Alan Malouf foi preso depois de ser citado na colaboração premiada do empresário Giovani Guizardi, da Dínamo Construtora Ltda., ao Ministério Público Estadual (MPE). Guizardi acusou Malouf de receber 50% dos valores obtidos por meio de propinas, num esquema de direcionamento de licitações na Seduc.

A 3ª fase da Operação Rêmora foi denoniminada "Grão-vizir" por associar o empresário Alan Malouf ao primeiro-ministro do Império Otomano.

O empresário Alan Malouf se entregou ao juízo na tarde do dia 14 de dezembro, depois de ter tido uma prisão preventiva decretada. Ele é considerado uma das principais vozes do esquema de fraude na Seduc, em 2015. 

Após ter sido preso, Alan prestou depoimento ao Gaeco – no dia 16 de dezembro.

Aos promotores de Justiça, o empresário confirmou que ajudou o governador Pedro Taques (PSDB) a pagar por débitos não declarados de sua campanha eleitoral, em 2014.

Ainda em seu depoimento, Alan disse que foi procurado pelo delator e empresário Giovani Guizardi, que é casado com sua prima Jamille Grunwaldi, que lhe relatou a ocorrência de um esquema na Seduc, com envolvimento de empresários do setor da construção e servidores da pasta.

O empresário também confessou que recebeu aproximadamente R$ 260 mil do esquema na Seduc, diretamente de Giovani Guizardi.

“Recebi o valor em três ou quatro vezes, por meio de envelopes contendo dinheiro que foram entregues em minha residência ou nas dependências da minha empresa”, afirmou.

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Valquiria Castil

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