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Juiz suspende demolição de imóvel tombado para obra do VLT em Cuiabá

Autor da decisão, o juiz Roberto Teixeira Seror, da 5ª Vara Especializada da Fazenda Pública, declarou que a propriedade foi tombada como patrimônio histórico da cidade pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e que há controvérsia, já que o governo estadual autorizou a desapropriação.
 
O governo do estado, por meio da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), informou ao G1 que todas as desapropriações foram autorizadas pelo Iphan, mas que a decisão judicial será cumprida. A reportagem tentou contato com o Iphan, mas a superintendente do órgão estava em reunião.
 
Desse modo, o magistrado intimou o superintendente do Iphan a esclarecer se o imóvel foi tombado ou não pelo governo federal. Isso no prazo máximo de 10 dias, a contar de sexta-feira (3). Enquanto isso, o prédio não poderá ser demolido. Segundo o juiz, há documentos datados de 2002, 2006 e 2009, emitidos pelo Instituto dizendo que o imóvel foi tombado pelo governo federal.
 
"Ora, se o governo federal realmente tombou o imóvel, não pode o governo do estado editar decreto autorizando a sua desapropriação, pois isso implica em invadir competência legistativa da União, em detrimento do direito difuso da sociedade brasileira", salientou o juiz. Ele ainda pontua que imóveis tombados pertencem à população e "às futuras gerações".
 
Em março deste ano, o governo do estado ingressou com uma ação de reintegração de posse com pedido de liminar contra os proprietários do imóvel, já falecidos, pedindo o direito de posse e demolição do prédio alegando a necessidade de execução de obras de mobilidade urbana que visam preparar Cuiabá para a Copa do Mundo. A liminar foi concedida.
 
Porém, a ONG Moral ingressou com uma petição junto ao processo do herdeiro dos proprietários do prédio apresentando vários documentos de tombamento do imóvel. De acordo com o advogado da entidade, Bruno Boaventura, o imóvel faz parte do conjunto arquitetônio e histórico da capital.
 
"Temos três declarações do Iphan, o livro de registro de tombo e dois mapas do IPDU (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Urbano de Cuiabá) mostrando que ali faz parte do patrimônio histórico da capital", afirmou. 
Além do Iphan, o juiz intimou a Procuradoria-Geral do Estado a apresentar documentos que auxiliem no esclarecimento da questão.
 
Fonte: G1

Redação

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