O juiz Marcos Faleiros se declarou “suspeito” para julgar uma ação penal referente à Operação Castelo de Areia. Em despacho da última quinta-feira (19), ele se absteve de julgar o processo por ser íntimo de alguns dos acusados. A publicação foi oficializada ontem no Diário Oficial de Justiça. O magistrado é da Vara Especializada Contra o Crime Organizado de Cuiabá.
Mais de seis pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual. São eles, o ex-vereador João Emanuel Moreira Lima, o advogado Lázaro Roberto Moreira Lima, o juiz aposentado Irênio Lima Fernandes, o contador Evando José Goulart, o comerciante Mauro Chen Guo Quin e os empresários Walter Dias Magalhães Junior, Shirlei Aparecida Matsouka Arrabal e Marcelo de Melo Costa.
Eles são acusados por aplicar golpes operados pelo Grupo Soy em empresários e produtores rurais. Atraindo a atenção destes investidores, o esquema então prometia a captação de promessas de recursos de bancos estrangeiros com juros reduzidos. Mas as vítimas tinham que liberar o pagamento antecipado dos empréstimos. O prejuízo ultrapassa R$ 50 milhões. O esquema foi deflagrado no dia 26 de agosto de 2016 pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
"Por motivo de foro íntimo, declaro-me suspeito para atuar no presente feito, nos termos do art. 254 do Código de Processo Penal", escreveu no despacho.
O processo estava sob a juíza Selma Arruda. Mas com a sua aposentadoria, a ação foi redirecionada para seu colega Marcos. Com o despacho deste magistrado, o pleito deve ser remetido para o juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues.