Três pedidos de revogação de prisão preventiva foram negados a réus acusados de integrar uma organização criminosa, que atuava em roubo a agências bancárias de Cuiabá. O pedido foi rejeitado pelo juiz Marcos Faleiros, da 7ª Vara Contra o Crime Organizado. Na decisão proferida, na última quinta-feira (28), o magistrado já aproveitou para marcar a audiência de instrução do processo para o dia 13 de novembro.
Ao todo, o Ministério Público Estadual denunciou seis pessoas: Everton Pereira Oliveira, Jorge Marcelo Souza Nazário, Uesdra de Souza, Antônio Fernandes dos Santos, Josimar Gomes Amado e Jairo Garcia Boa Sorte.
Os suspeitos foram detidos em abril deste ano pela Polícia Civil, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), após terem as ordens judiciais expedidas.
Entre os requerimentos dos réus, apenas as defesa de Everton, Jorge Marcelo e Antônio pleitearam pela revogação da prisão preventiva e/ou substituição por outras medidas cautelares.
Faleiros sustentou que elementos específicos apresentados pela acusação justificaram e demonstraram a “imprescindibilidade da prisão preventiva para assegurar a ordem pública e conveniência da instrução criminal”, com isso o magistrado negou o pedido.
“Ante o exposto, indefiro os pedidos de revogação da prisão preventiva/substituição por cautelar diversa da prisão formulado por Everton Pereira de Oliveira, Jorge Marcelo de Souza Nazário e Antônio Fernandes dos Santos, devendo todos valer-se do habeas corpus”, determinou o juiz.
Por fim, o juiz designou a audiência de instrução e julgamento para o dia 13 de novembro, quando iniciarão as oitivas com as testemunhas de acusação e defesa e encaminhou as diligências ao Ministério Público.
Operação Lepus
A Operação Lupus desarticulou o grupo acusado de ser responsável por pelo menos três roubos a banco, cometidos durante 2016 em Cuiabá, causando prejuízo superior a R$ 2 milhões aos estabelecimentos bancários.
Na lista dos crimes imputados à organização criminosa, está o roubo ao Banco do Brasil do bairro Jardim Industriário, ocorrido no dia 1º de Abril de 2016, ocasião em que os suspeitos permaneceram por várias horas na agência, mediante restrição da liberdade dos funcionários do banco.
Como meio de entrar no estabelecimento armados, os suspeitos se disfarçaram de policiais, utilizando inclusive fardamento militar.
Os primeiros a serem detidos foram Everton, Jorge Marcelo e Antônio. Jairo e Uesdra já haviam sido presos na primeira fase da operação. Foragido, Josimar foi o último a ser preso.
O nome da operação “Lepus” significa “Lebre” e faz referência ao apelido do líder da organização criminosa, Everton Pereira Oliveira, e seus constantes esforços para esconder sua real identidade. Ao utilizar nomes falsos e outros artifícios ilegais ele mobilizou um esforço policial maior no sentido de sua completa identificação e qualificação no inquérito policial.
Tanto que durante o cumprimento do mandado de prisão preventiva, Everton chegou a apresentar Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa em nome de Emerson Fernandes de Souza, o que justificou ainda sua prisão em flagrante pelo crime de Uso de Documento Falso.
As ordens judiciais foram expedidas pelo Juízo da 7ª Vara Especializada contra o Crime Organizado de Cuiabá, após representação da Polícia Civil.
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