Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensões até o final da tarde desta quarta-feira para investigar um suposto esquema fraudulento de licitações para a prestação de serviços em Primavera do Leste (231 km da capital). Além da casa do ex-prefeito, Getúlio Viana (PSB), a polícia cumpriu mandados em residências de servidores públicos, políticos e escritórios de contabilidade, nas cidades de Primavera do Leste, Campo Verde, Cuiabá e Tangará da Serra.
A operação “Logreiro” foi deflagrada pela Polícia Judiciária Civil Civil e o Ministério Público Estadual (MPE). As empresas investigadas são suspeitas de participarem de um esquema para fraudar licitações em Primavera do Leste. O MPE também investiga se o esquema não foi levado para outros municípios. De acordo com a investigação do promotor de Justiça Silvio Rodrigues Aless as empresas firmaram sucessivos contratos de prestações de serviços de varrição, fornecimento de mão de obra e outros com o a prefeitura desde 2011.
Os contratos somaram mais de 10 milhões de reais até o momento. O MPE afirma que o esquema foi repassado do prefeito anterior à nova administração, comandada até setembro pelo prefeito “Ficha Suja”, Getúlio Viana, afastado do cargo desde setembro. Somente uma das empresas investigadas tem um contrato de R$ 6 milhões de reais em 2017, já tendo recebido R$ 4,5 milhões.
Conforme o inquérito civil, os investigados formaram um ‘cartel’ de empresas em nome de familiares ou de seus próprios funcionários, utilizando-se das mesmas estruturas, para fraudar e ganhar processos licitatórios. O esquema não consistia somente na apresentação de propostas fraudulentas e orçamentos fictícios, mas também, quando da prestação dos serviços, na utilização de bens e equipamentos do poder público para redução de gastos nos contratos executados.