Os servidores do Poder Judiciário de Mato Grosso, que atuam no Tribunal de Justiça, aderiram à proposta de responsabilidade socioambiental adotado pelo órgão estadual, por meio do Núcleo Socioambiental, e estão criando novos hábitos na rotina da designação do lixo para colaborar com o meio ambiente.
Há duas semanas, o material que estava entulhado nas residências dos servidores e visitantes, ou tinha destino certo o lixo comum, passou a ser depositado no Ecoponto fixo do Tribunal. Os coletores foram identificados para receber tipos diferentes de material, como óleo vegetal, pilhas e baterias, frascos de desodorantes aerossóis, material de escrita e eletroeletrônicos.
“A gente tem recebido bastante material para reciclagem. Acredito que os servidores gostaram dessa facilidade em trazer esse material para o trabalho e deixar de jogar no lixo comum”, revela a líder do Núcleo Socioambiental do Tribunal, Ana Carolina Ribeiro da Cunha Ferreira.
Na concepção de Ana Carolina, as pessoas ainda precisam mudar a relação com os produtos que não são mais usados. “Temos que deixar de tratar os materiais recicláveis como lixo e pensar que têm valor econômico, principalmente os eletroeletrônico, que possuem fios de ouro e cádmio, nosso planeta não terá como fornecer esse tipo de material para sempre”, revela.
“Além disso, se for descartado como lixo comum irá poluir o meio ambiente, se queimado no lixão, pessoas que vivem no entorno terão contato com a fumaça que é tóxica, prejudicial à saúde podendo levar à morte”, alerta a líder.
Thiago Pegorini, diretor da Ecodescarte, empresa responsável por ceder os tambores para matérias eletrônicos e eletroeletrônicos no Ecoponto e recolhe-los, afirma que a grande maioria dos eletrônicos tem materiais pesados na composição, citando o chumbo e o cádmio. “Esses matérias são contaminantes, se jogado na natureza, de qualquer maneira, há risco das águas da chuva levar os materiais pesados para o solo. Outro problema é a poluição visual de ter esse material jogado em qualquer lugar”, cita.
O diretor diz que a Ecodescarte recebe “todo equipamento que liga na tomada”, como eletrodomésticos de cozinha, informática, celulares antigos, carregadores e outros. “A gente faz a triagem, ver o que pode voltar para o mercado, se não tiver mais utilidade fazemos o desmanche, separamos por tipo de material: plástico, ferro, placa e depois encaminhamos para empresa específica que processa esse material”.
Para Pegorini, a parceria com o Poder Judiciário mostra para toda sociedade que toda empresa, repartição e residência deve ter responsabilidade com os resíduos que geram. “Quando as entidades, como o Tribunal, vestem a camisa da reciclagem é o mesmo que passar um recado para a população de que a sustentabilidade é uma preocupação real do poder público e deve ser de toda a população, afinal é o nosso planeta que está em jogo”, concluiu.
Ecoponto do TJMT – Para garantir os benefícios ambientais com os materiais recolhidos no Ecoponto do Tribunal o Poder Judiciário fez várias parcerias. O Projeto Teoria Verde cedeu tambores para coleta de óleo vegetal e será responsável pela coleta, sem custo. O Projeto Lunar destinou a caixa para recolher os aerossóis que vão auxiliar gatos abandonados e o material de escrita será enviado pelos Correios para a empresa Terraycle, pelo programa Nacional de Reciclagem de instrumentos de escrita da Faber-Castell.