O ex-secretário de Meio Ambiente de Cuiabá, Juares Samaniego, foi eleito presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) para o triênio 2021/23. Ele derrotou com uma diferença de 531 votos o então presidente João Pedro Valente. A votação foi realizada nesta quinta-feira (1º) na sede do órgão, em Cuiabá.
Samaniego volta ao comando do Crea-MT depois de quatro anos, já que foi o comandante da instituição entre 2012 e 2016. Ele é formado em Engenharia Civil e Segurança do Trabalho pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e em Direito pela Universidade Cândido Rondon (Unirondon).
No pleito, também foram eleitos Joel Krüger como presidente do Sistema Confea, Adjane da Silva Prado como diretora-geral e Suzan Lannes de Andrade como diretora-administrativa do órgão.
Clima tenso na véspera
Os bastidores do órgão tiveram dias turbulentos antes da realização do pleito eleitoral. No dia 24 de setembro, a jornalista Cristina Cavaleiro denunciou o superintendente executivo Átila Kleber Oliveira Silveira junto à Polícia Civil por constrangimento ilegal.
Segundo a denúncia, a profissional de comunicação disse que foi convocada por Átila para ir até o seu gabinete e que, em seguida, passou a ser questionada sobre a sua relação com engenheiros de oposição à gestão de João Pedro Valente, que estava licenciado do cargo.
Cristina gravou a conversa e o Circuito Mato Grosso teve acesso à transcrição do áudio.
De acordo com a gravação, Átila Silveira deixou claro que, durante o período eleitoral, a jornalista deveria ‘ficar esperta’ e reportar a ele ou ao presidente do CREA/MT em exercício, Joaquim Paiva, tudo o que fosse solicitado pelo comitê eleitoral, no que tange à assessoria de imprensa para que ele decidisse se era ou não para atender.
Conforme o boletim de ocorrência, Cristina tentou explicar ao superior que, como assessora de imprensa, deveria atender aos interesses institucionais e solicitações do CREA/MT, mas acabou sendo rebatida por Átila, que argumentou ser obrigação da profissional atender aos interesses da ‘gestão’ e que ela poderia ser demitida caso descumprisse as determinações da cúpula.
Outro lado
Procurado pelo Circuito Mato Grosso, Átila disse, por meio de um comunicado, que as gravações feitas por Cristina são clandestinas e que estranha o fato da jornalista revelar o caso às vésperas do pleito eleitoral no órgão, já que a situação teria ocorrido em março.