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Jovem torturada em Praia Grande por ciúme nega traição

A adolescente de 17 anos que foi sequestrada, torturada e espancada por outra jovem que suspeitava de uma traição do marido falou pela primeira vez sobre as agressões que sofreu. Em entrevista ao G1, a vítima, que prefere não ser identificada, admitiu ter namorado o pivô da confusão (marido da acusada). Porém, ela afirma que nunca se relacionou com ele enquanto o rapaz estava com a outra. Além das cicatrizes causadas por queimaduras de cigarro, a adolescente sofreu uma deformação no crânio. Ela conta também que tem evitado sair de casa.

Quase um mês após o caso, a adolescente resolveu buscar ajuda da polícia. "Ela não tem que fazer isso com ninguém. Não tem preço o que ela fez.Ela tem que amargar na cadeia, que é o lugar dela, afirma a vítima. A jovem registrou um boletim de ocorrência somente nesta terça-feira (30), por medo de represálias. Na companhia do advogado Wilson Barbosa e da mãe, ela prestou depoimento na Delegacia da Mulher de Praia Grande.

Segundo a delegada Rosemar Cardoso, há três agressoras já que outras duas mulheres ajudaram na ação.Houve o sequestro, o cárcere na casa e a tortura. Era a casa onde ela [agressora] morava com ele, afirmou a delegada. O crime por tortura tem pena de dois a oito anos e pode aumentar de um sexto até um terço, caso o crime seja cometido contra uma adolescente e mediante sequestro. Além disso, é inafiançável.A investigação vai continuar para encontrar todas as agressoras, conclui a delegada.

O advogado acredita que será fácil identificar os envolvidos no crime já que o vídeo expôs a intimidade das agressoras.Precisamos abrir o inquérito policial, identificar onde ela [agressora] se encontra e já criar uma medida de afastamento, qualquer tipo de contato. Por ela ser menor, o MP vai atuar de maneira indireta. Provavelmente, até pelo vídeo, ela usa a prova contra si mesmo e eu acredito que o MP possa pedir até uma prisão temporária dela, diz Barbosa.

O relato da vítima
A jovem relata que conheceu o rapaz em uma casa noturna. Eles começaram a sair juntos e namoraram durante um ano. Após o término do namoro, em maio, a vítima diz que apenas conversava com o ex por telefone.Ele começou a ficar com ela. Passou uma semana e ele já foi morar com a garota. Aí passou um mês, ele começou a me ligar, a me procurar. Ela descobriu, começou a me xingar no Facebook, falar que eu era 'talarica', que ela ia me pegar, que eu era safada, lembra.

A vítima conta que o rapaz acabou terminando o namoro.Ela pegou e ficou com raiva. Pensou que era por minha causa. Tentou cortar os pulsos, se matar por causa dele. Aí foi até a casa da minha avó. Ela e mais duas amigas foram atrás de mim e falaram que iam me levar até ele. Eu, inocente, acreditei e fui, conta. Ela foi levada para a casa da agressora, que trancou as portas e, na companhia de outras duas amigas, torturou a adolescente, segundo a polícia.

De acordo com a vítima, a agressora bateu em sua cabeça com uma panela de pressão e um capacete.Ela fez eu tirar a minha roupa. Jogou vinagre e sal nas minhas partes íntimas. Me fez passar pano na casa dela, me deu chute na cara. Jogou a minha cara na parede, me jogou no chão. Ela me queimou com cigarro, relata. A jovem acrescenta que agressora pedia para que ela confessasse a traição e a xingava de "safada e vagabunda", além de ameaçar ela e sua família.Foi péssimo. Eu nem sei o que eu senti. Me senti sem vida, diz.

G1

Redação

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