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Jornalista acusa deputado de agressão durante evento em Mato Grosso

O jornalista Maurílio Trindade registrou boletim de ocorrência contra o deputado estadual Oscar Bezerra (PSB) depois de levar uma cotovelada no rosto, segundo ele, propositalmente, nessa quarta-feira (20) durante a inauguração da Escola Estadual Luíza Nunes Bezerra, localizada em Juara, a 690 km. 

Maurílio contou que estava no local para fazer a cobertura jornalística do evento quando foi surpreendido pelo deputado, que chegou ao local com a mulher dele, a prefeita de Juara, Luciane Bezerra (PSB).
“Ele soltou a mão dela e veio me cumprimentar. Apertou minha mão de forma ameaçadora e me puxou para perto. Perguntou se era eu quem estava escrevendo matérias sobre ele e sua família”, lembrou.

Segundo consta no boletim de ocorrência, Oscar Bezerra (PSD), que foi citado na delação do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) como um dos supostos beneficiados com um esquema de propina no governo do estado, disse que, se o jornalista continuasse a publicar matérias sobre ele e a mulher, Maurílio "não seria mais capaz de ler o jornal".

Após as supostas ameaças, o deputado teria soltado a mão de Maurílio, virado as costas e dado uma cotovelada no nariz dele, que sangrou. “Ele disse que eu não o conhecia. Largou minha mão e fez de conta que ia sair, mas me agrediu. É um absurdo, achei que ele não chegaria a esse ponto. Estava muito alterado”, disse.

O jornalista passou por exame de corpo de delito e procurou a polícia para denunciar o deputado.

Ameaças

Quando retornou para a casa da filha dele, o jornalista disse ter sido surpreendido por cerca de oito homens. Um deles teria dito que estava ali para “bater um papo reto” com ele.

“Queriam recolher os exemplares do jornal. Não disseram o nome [deles], só ficaram na porta. Um deles falou para eu não registrar o BO e não fazer mais as matérias para não causar problemas para mim e para o deputado”, contou.

O jornalista disse que pretende pedir medida protetiva. Segundo ele, essa não é a primeira vez que o parlamentar age de forma agressiva e truculenta. “Não tenho medo por mim, mas sim pelos meus filhos. Não sei o que ele é capaz de fazer”, disse.

Em 2013, Oscar Bezerra foi detido depois de atacar o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM) com uma borduna, arma artesanal indígena, durante uma eleição suplementar realizada em Juara. Ele partiu para cima do parlamentar, que à época apoiava o concorrente do candidato que ele defendia, por conta de supostas ameaças que Dilmar teria feito ao irmão dele.

Oscar foi liberado momentos depois da detenção. À época, ele admitiu ter atacado o deputado porque teria se revoltado ao saber das supostas ameaças contra o irmão.

Citados em delação

Oscar Bezerra e a mulher dele, que é ex-deputada estadual, aparecem na delação de Silval Barbosa. Segundo o ex-governador, o parlamentar cobrou propina de R$ 15 milhões para não envolver o nome dele na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Obras da Copa, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), da qual era presidente. O acordo de delação premiada de Silval já foi homologado pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com o ex-governador, um encontro foi marcado entre ele e o deputado, no pátio de um supermercado, onde Bezerra teria insistido no recebimento da propina, chegando a passar para Silval os dados de uma conta que pertencia a uma factoring, para depósito. Silval disse que pagou R$ 200 mil, mas acabou sendo preso dias depois.

O outro lado

Ao site Hipernotícias, o deputado negou as acusações e disse que o jornalista “arruma confusão por todas as cidades que passa”.

“É tudo mentira. Onde ele passou teve problema. Ele é daquele padrão de jornalista que tenta extorquir. Vira e mexe ele quer arrancar dinheiro na marra. É um malandro de carteirinha, arruma confusão por onde passa. Não tem nada disso. No local, tinha quase mil pessoas e quase ninguém viu. Como você me explica isso? É conversa fiada. Se eu agredi ele, porque não tem boletim de ocorrência? Se ele foi agredido porque que não tem uma testemunha? Ele está criando um factóide. Esse cara é um mala. Para você ver, a tratativa que eu tenho com a imprensa é diferenciada. Ele chegou na cidade já foi na prefeitura querendo R$ 5 mil por mês e que se não fosse esse valor, o negócio seria pesado. Cara não tem sentido. Como a Luciane cortou, ele começou a criar factóide. Essa história de agressão, é tudo conversa fiada, disse o deputado.

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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