Nacional

Jornais estrangeiros veem discurso de Dilma ‘rejeitado’

 
A cada novo dia de protestos a imprensa estrangeira amplia sua cobertura e o espaço dedicado ao que o The New York Times chama de "varredura no País". 
 
Nesta sexta, os principais veículos do mundo evitaram comentários sobre o conteúdo do discurso da presidente Dilma Rousseff. Apesar de algumas críticas sobre uma alegada "tardia mostra de humildade após doze dias de protestos", como escreveu o El País, poucos analistas internacionais arriscaram se posicionar e opinar se o pacto proposto por Rousseff conseguirá ou não acalmar as manifestações.
 
Um dia depois, porém, após violentos incidentes nos arredores dos estádios de Salvador e Belo Horizonte que receberam jogos da Copa das Confederações, a imprensa mundial cravou: "os manifestantes rejeitaram furiosamente os esforços de Dilma", publicou oThe New York Times.
 
No português Correio da Manhã, Dilma foi acusada de realizar um discurso "vazio" e "com ideias antigas": "o Programa de Mobilidade Urbana, principal proposta de Dilma para satisfazer os movimentos estudantis, já foi apresentado em 2007, pelo ministro das Cidades Márcio Fortes e, um ano depois, com as mesmas medidas, pela ministra do Turismo Marta Suplicy. Além disso, o discurso da presidente foi ouvido como ameaçador, por repetir que o governo não 'transigirá com atos violentos', e que reprimirá 'a minoria autoritária', que tem promovido vandalismos".
 
“Por que isso acontece com Dilma e não houve com Lula? Uma resposta fácil seria dizer que Lula é uma figura mais carismática. Isso explica uma parte, mas creio que o Brasil passa por um processo de inclusão de amplos setores. Com Lula isso estava a pleno vapor, e não creio que tenha esgotado. Mas agora há uma inconformidade difusa, não articulada com demanda específica, de pessoas que vivem o paradoxo dessa inclusão. As pessoas compram um smartphone, mas notam que não possuem controle sobre sua vida cotidiana. A questão dos serviços foi central nos protestos", avaliou o professor da USP Raphael Neves, em entrevista veiculada no argentino Clarín, que explora bastante em suas reportagens questões sobre a personalidade da presidente.
 
No inglês The Guardian, a ligação entre os protestos e os grandes eventos que o País sediará nos próximos anos é evidenciada. "as favelas estão na frente do protesto e os brasileiros perguntam: a Copa do Mundo é para quem?"
 
As dúvidas pairam na visão estrangeira sobre os acontecimentos nas grandes cidades porém. De ponto comum, os jornais de diversos países apenas concordam que o momento é histórico. 
 
 
Terra 
 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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