Esportes

Jorginho defende Parreira e Felipão: ‘merecem gratidão’

Dirigiu Goiás, Figueirense, Kashima Antlers, Flamengo, Ponte Preta e Al-Wasl, mas preferiu pisar no freio recentemente, e está investindo em sua qualificação como treinador, com estudos e cursos.

Atualmente, Jorginho está no Rio de Janeiro cuidando do Instituto Bola pra Frente e à espera de um novo convite para treinar. Quando vier, Zinho, também tetracampeão, será o auxiliar do técnico Jorginho.

Em entrevista exclusiva ao Terra , o ex-lateral relembrou os tempos de Seleção Brasileira ao lado de Dunga, saiu em defesa dos treinadores campeões mundiais e de alguns remanescentes da Copa de 2014, marcada pela goleada por 7 a 1 sofrida para a Alemanha na semifinal.

Passagem como auxiliar de Dunga na Seleção

" Futebol é imprevisível porque você está muito bem e, de repente, você leva um gol e a muda a história de um jogo. Aprendi isso quando jogador, mas vi do lado de fora, como assistente do Dunga. Erramos e pagamos por isso. Senti a pressão no início, porque o Dunga não tinha tido experiência como técnico, e eu, apenas uma pequena experiência como treinador no América. A imprensa pegou no pé, algumas vezes desnecessariamente, mas isso passou e foi um período de um aprendizado maravilhoso".

Derrota para a Holanda na Copa de 2010

"Vi alguns lances daquela partida, não o jogo todo, porque ainda machuca muito. Queria ver os detalhes exatos do primeiro gol, quando ficamos com apenas um jogador, que acabou dando as costas, que foi o Robinho. Procurei entender por que levamos aquele gol".

Felipe Melo

"Um cara bem equilibrado emocionalmente vai saber lidar com o erro. Não acertei nenhum cruzamento na Copa de 94 até o gol do Romário (contra a Suécia, na semifinal). Nunca deixei de tentar, e você não pode se deixar levar por um lance. O Felipe Melo estava muito bem no jogo, e uma atitude dele colocou tudo em questão, porque ele vinha bem na Copa".

Brasil na Copa de 2014

"O Brasil não vinha bem na Copa, mesmo ganhando os jogos. A equipe não estava jogando bem. Aquele 7 a 1 está marcado para todos nós. Fui cobrado na Arábia e na Alemanha, mesmo não estando lá, assim como o Dunga. Nunca mais vai acontecer isso, mas a equipe se perdeu. O Brasil não era para perder de sete. Foram gols em sequência, e os jogadores perderam o posicionamento, com defensores no ataque, atacantes na defesa. Tomou três, você tem que tentar, se possível, arrumar a cozinha para não levar de sete, como foi. Ficou uma imagem muito ruim para o Brasil, mas é uma coisa que não vai voltar a acontecer. Hoje, a Seleção Brasileira tem oito vitórias em oito jogos, mas isso não apaga. De qualquer forma, você tira lições".

Volta de Dunga à Seleção

"O Dunga apontou algumas coisas que aconteceram na Copa do Mundo que não são a realidade daqueles jogadores. A base foi mantida e alguns seguem com ele. Aconteceu uma desorganização, mas não que o Felipão não tenha dado atenção. Apesar da derrota, Felipão e Parreira são os dois últimos campeões do mundo e merecem todo respeito e gratidão. Não podemos apagar o que eles fizeram. O Dunga organizou a equipe defensivamente, falando que o zagueiro tem que ser zagueiro, lateral tem que marcar para depois chegar na frente. Ele é simples e direto, fala a verdade para o jogador e conseguiu resgatar a autoestima de quem estava na Copa do Mundo. Trouxe Miranda e Marquinhos, mas a equipe é basicamente a mesma. Hoje, perdeu a bola, todo mundo recompõe".

Thiago Silva e David Luiz

"São dois dos maiores zagueiros do mundo. Eles têm o nível técnico de Aldair e Edinho, por exemplo. Podem ser titulares, mas que bom que o Miranda tenha vindo, ele não seguiu para a Copa porque teve muita contusão. No entanto, Thiago e David são grandes zagueiros, mas têm que entender que um time tem organização e uma disciplina tática. Eles são um comando vindo de trás, e o Thiago tem este peso também como líder".

Neymar

"Ele é um líder técnico, e é muito interessante o que o Dunga fez, colocando-o de capitão, porque ele, lentamente, vai deixando de lado o lado menino. Não é a questão do brinco ou do cabelo. Ele é a referência. Fazer dele mais responsável, mais cedo, é importante. No Barcelona, o Messi era o garoto, e o Ronaldinho, o cara. Naturalmente, isso mudou, e o Messi passou a ser o cara".

Fonte: Terra

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Esportes

Para embalar, Palmeiras vai manter esquema ofensivo fora de casa

  A derrota para o Penapolense no último fim de semana trouxe de volta a tensão que marcou o rebaixamento
Esportes

Santos e São Paulo na vila opõe Neymar e Ganso pela primeira vez

  Ganso trocou o Santos pelo São Paulo de forma polêmica, em setembro, e até aqui não fez grandes jogos