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A Gerência de Combate aos Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), da Polícia Judiciária Civil, já identificou, na Grande Cuiabá, dez vítimas do desafio virtual, denominado “Baleia Azul”, sendo todas do sexo feminino.
As participantes em depoimento na Gecat, informaram ao delegado Eduardo Augusto de Paula Botelho, que os convites foram feitos por meio do aplicativo de mensagens Whatsapp, e também pelo Facebook. Algumas das adolescentes apresentavam marcas de cortes pelo corpo, em consequência dos desafios realizados no jogo.
Uma força-tarefa foi criada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), entre as células de inteligência de todas as forças de segurança, para troca de informações entre os núcleos de inteligência. O delegado informou que vários números de telefones e perfis do Facebook foram repassados pelas vítimas e devem auxilia-lo nas investigações, até chegar ao curador.
Com as informações em mãos, a Gecat solicitou ao responsável pelo Facebook no Brasil e também as operadoras de celulares informações sobre as pessoas que estão por trás dos perfis e números que realizam os convites.
As meninas com perfis psicológicos mais vulneráveis a pressões psicológicas e com propensão a tirar a própria vida são escolhidas pelos curadores. Eduardo explicou ainda que se a vítima desistir e efetivamente sofrer ameaças pelo curador, o mesmo passa a responder o artigo 147 do código penal (“Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave”, cuja pena é de detenção de um a seis meses ou multa).
Uma possível curadora em Cuiabá chegou a ser identificada, mas a mesma foi liberada, pois as investigações esclareceram que se passava apenas de um trote da mulher.
O único caso de morte relacionada ao jogo virtual confirmado até o momento pela Polícia Judiciária Civil se refere ao suicídio de uma adolescente em Vila Rica (1.259 km a Nordeste).
Um inquérito policial foi instaurado para apurar as circunstâncias da morte da jovem Maria de Fátima da Silva Oliveira, 16 anos, encontrada sem vida em uma represa do Bairro Inconfidentes, no dia 11 de abril. As investigações buscam elucidar existência do crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, por meio de um jogo virtual de desafios aos participantes, conhecido como Baleia Azul.
O delegado do município, Gutemberg de Lucena Almeida, informou que os trabalhos se concentram na identificação do curador do jogo que a menor participava em um grupo na rede social.
Qualquer pessoa interessada em repassar informações à Polícia Judiciária Civil acerca dos eventos investigados poderá procurar pessoalmente a Gerência, localizada prédio da Diretoria de Polícia Judiciária Civil, na Avenida Coronel Escolástico, 346, Bairro Bandeirantes, Cuiabá, ou poderá entrar em contato pelo telefone (65) 3613-5625.