O ex-vereador João Emanuel recebeu nova prisão, desta vez pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Ele está preso desde a última sexta-feira (16) no Centro de Ressocialização, o antigo “Carumbé”, por investigação na Operação Aprendiz, também deflagrada pelo Gaeco.
De acordo com o grupo, a nova prisão preventiva foi decretada nos autos de três ações penais resultantes das operações Aprendiz e Assepsia. Pela primeira, por desvio de dinheiro da Câmara de Cuiabá e por transferência de um terreno de forma fraudulenta. Pela Assepsia, o vereador foi acusado de corrupção ativa, por tentativa de compra de decisões judiciais, no valor de R$ 1 milhão, para que fosse colocada em liberdade uma família presa por tráfico de drogas.
Na sexta-feira, ele foi preso em virtude da reiterada prática criminosa, segundo o Gaeco. O ex-vereador foi preso por ordem da juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá. A magistrada solicitou um atestado médico, que mostra que João Emanuel passou por uma cirurgia de varicocele bilateral, mas não necessita de tratamento especial estando apto a permanecer em unidade prisional.
Ao Circuito Mato Grosso, João Emanuel disse que através de técnicas processuais irá comprovar a inocência. “Nós vamos fazer todo o trabalho através de técnica processual e dessa forma vamos comprovar a inocência”, afirmou.
A primeira prisão do ex-vereador ocorreu em março de 2014.
Operação Aprendiz
João Emanuel foi investigado, na operação "Aprendiz", por conta de indícios de fraude em licitação e pela suspeita de liderar um esquema de grilagem de terras, razão pela qual chegou a ser preso em 2013. Por conta disso, ele teve o mandato cassado em abril de 2014.
As investigações apontavam que o ex-vereador seria suspeito de envolvimento em fraudes em licitações e falsificação de documentos de terrenos que seriam dados como garantia a agiotas para obter dinheiro para ser usado na futura campanha dele a deputado estadual em eleições futuras.
João Emanuel foi flagrado em uma gravação em vídeo tendo uma conversa de negociação de suposta fraude de um contrato de licitação do Legislativo municipal com uma pessoa que seria responsável por uma empresa gráfica. As imagens foram usadas durante as investigações do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPE.
O dinheiro que seria desviado no processo licitatório também serviria para garantir que a falsificação uma escritura pública de compra e venda de imóveis não viesse à tona e trouxesse implicações ao ex-vereador.