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Jd. Pantanal: remoção sugerida por Nunes é o mais caro dos três projetos

A Prefeitura de São Paulo estudou três alternativas para a região do Jardim Pantanal – até a terça-feira, 4, a água ainda não havia baixado. Hoje, cerca de 45 mil pessoas vivem nessa área de várzea, que abrange nove bairros da zona leste, no limite com a cidade de Guarulhos. Localizada na beira do Rio Tietê, a região é onde justamente o rio corre devagar e faz curvas.

O poder municipal classifica o Jardim Pantanal como uma das áreas “mais complexas da cidade por estar abaixo do nível do Tietê na zona leste e sofrer com ocupação irregular”. Essa ocupação começou nos anos 1980. Eram pessoas que não tinham condições de pagar aluguel e encontraram naquela área invadida uma opção para erguer suas casas.

Os três estudos preliminares, elaborados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) e que levantaram “dúvidas” para o governo do Estado, variam entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões. O custo maior envolve o projeto de remoção das famílias e acomodação em habitações de interesse popular, que é de até R$ 1,9 bilhão. Esse valor é superior ao cálculo para obras de enfrentamento da enchente, orçadas entre R$ 1 bilhão e R$ 1,3 bilhão inicialmente.

Em declaração na segunda-feira, entretanto, o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), afirmou justamente o contrário. Ele destacou que obras para mitigar o problema ficariam caras demais e não seriam passíveis de execução. “Nós temos um pré-estudo para fazer um dique ali, de mais de R$ 1 bilhão”, disse o prefeito.

“Dá para fazer um dique, contornando todo o Tietê, para conter aquela região? Não dá. Tem de ter transparência, às vezes as pessoas podem gostar, podem não gostar, mas a forma de a gente tratar e lidar com as questões é dentro da realidade”, afirmou.

O projeto a ser realizado ainda não foi escolhido. Procurada, a Prefeitura reafirmou que pode, inclusive, combinar as soluções. “Em razão dos custos, as alternativas, podem incluir não apenas um único projeto, mas uma combinação dessas possibilidades”, diz o poder municipal.

DETALHAMENTO

Nas duas primeiras alternativas estudadas, o foco está nas obras de macrodrenagem. A primeira solução prevê a construção de um dique, sete reservatórios, o Parque Várzeas do Tietê e de um canal com 5,5 km para desviar a água da chuva para evitar inundações, melhorar a drenagem e reduzir o risco de deslizamentos de terra ou erosão em áreas inclinadas.

Os sete reservatórios seriam feitos no sistema pôlder, área protegida contra a invasão da água, com capacidade para 50 mil m³. O valor estimado é de R$ 1 bilhão, sendo R$ 886 milhões para os pôlderes e cerca de R$ 101 milhões para reassentamento das 484 famílias.

A segunda alternativa, chamada de “Ações intermunicipais integradas para o controle de inundações Cidade-Esponja Pantanal”, prevê ações na capital e na cidade de Guarulhos. Entre elas estão a construção de um canal, abertura de lagoas para acumular as águas e reversão temporária do fluxo de água do Rio Tietê.

O estudo prevê ainda a construção de duas avenidas-parque com dique de proteção nas margens esquerda e direita, alteamento de vias em Guarulhos (1.235 m), três sistemas de comportas automatizadas, dois reservatórios, entre outras obras. O investimento também é de R$ 1 bilhão.

E A REMOÇÃO?

Com custo estimado de R$ 1.918.192.500, a terceira possibilidade tem como foco remoções e desapropriações, reassentamentos, construção de novos conjuntos habitacionais e a criação de um parque alagável.

Os dados se baseiam no Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O custo por família será de R$ 210 mil, considerando a indenização sugerida pelo prefeito para a demolição das casas, de R$ 20 a R$ 50 mil, mais um possível valor de construção de moradias em outras áreas do Município.

Estadão Conteudo

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