Por meio de comunicado, a JBS, maior processadora de carnes do mundo, informou ao Circuito Mato Grosso que vai dar férias coletivas de 20 dias, a partir da próxima segunda-feira, 3 de abril, para dez de suas 36 unidades de abate de bovinos no Brasil. São quatro em Mato Grosso, uma em São Paulo, três em Mato Grosso do Sul, uma em Goiás e uma no Pará.
“A medida é necessária em virtude dos embargos temporários impostos à carne brasileira pelos principais países importadores, assim como pela retração nas vendas de carne bovina no mercado interno nos últimos dez dias”, diz o comunicado.
A companhia alega, ainda, “ser imprescindível” ajustar os volumes de produção para normalizar os níveis de estoques de produtos destinados ao mercado interno.
Também afirma ser necessário reescalonar a programação de embarques de produtos para os clientes do mercado externo que ficaram represados durante esse período, de forma a não sobrecarregar os sistemas de recebimento e estocagem dos mesmos.
“A JBS ressalta que está empenhada na manutenção do emprego dos seus 125 mil colaboradores em todo o Brasil”, finaliza a nota.
A JBS tem uma capacidade diária de abate de bovinos no Brasil estimada em cerca de 35 mil cabeças de gado, o equivalente a mais de 40% da produção brasileira.
Com o fim dos bloqueios temporários por parte dos importadores, a empresa chegou a anunciar, nesta segunda-feira (27), a retomada das atividades após três dias de paralisação, porém operando com redução de 35% na sua capacidade de produção.
Essas medidas da multinacional são resultado da Operação Carne Fraca, deflagarda pela Polícia Federal no dia 17 de março e tendo como consequência a redução da demanda por carne.
Em nota a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA), representante dos 130 mil trabalhadores da JBS, declarou preocupação com o grande número de férias coletivas concedidas pela empresa aos seus trabalhadores.
A preocupação se dá devido à garantida manutenção do emprego quando eles retornarem às atividades. “Estamos atentos a qualquer tentativa de ameaça de demissões e preparados para contestar e cobrar, por meio de manifestações, ações judiciais e denúncias internacionais, as responsabilidades das empresas e do governo”.
No entendimento deles, o trabalhar não pode pagar pelas consequências de atos que não foram cometidos por eles. Eles pedem a intervenção do governo junto aos frigoríficos, principalmente aos grupos JBS, destacou.