O secretário de segurança pública, Rogers Jarbas, teria usado grampos telefônicos ilegais para investigar a conduta do promotor de justiça Mauro Zaque de Jesus. Zaque foi o responsável por trazer à tona o escândalo da implantação de escutas ilegais, em maio deste ano.
As informações estão contidas no relatório feito nesta quarta-feira (20) pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
“A intenção do Secretário de Estado de Segurança Pública, era o de investigar, por via oblíqua, a participação e a conduta do Promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus, ex-Secretário de Segurança e Pública e responsável por trazer à tona o desprezível grupo criminoso formado para implantação de escutas ilegais”, consta no documento.
Segundo Perri, o secretário recebeu das mãos do governador Pedro Taques (PSDB) um DVD contendo cópia digitalizada dos documentos referentes às Operações Forti e Querubin.
Consta no relatório o então, secretário cometeu os crimes de embaraçar investigação de infração penal envolvendo organização criminosa, abuso de autoridade, usurpação de função pública, denunciação caluniosa e prevaricação.
O desembargador faz uma breve cronologia da investigação dos fatos. No dia 26 de maio deste ano, o governador Pedro Taques (PSDB) recebeu um ofício da juíza da sétima Vara Criminal Selma de Arruda sobre as operações Forti ( Que investigava o ações da organização criminosa Comando Vermelho de dentro do presídio) e Querubim.
Assim, no mesmo dia o Secretário de Estado de Segurança Pública convocou para prestar depoimento a Delegada Alana Derlene Sousa Cardoso, que era responsável pela a Operação Forti, que investigava o ações da organização criminosa Comando Vermelho de dentro do presídio.
“O detalhe é que Alana sequer teve oportunidade de tomar conhecimento do que se tratava sua inquirição, tampouco teve tempo para se preparar, haja vista que foi surpreendida com a convocação de seu superior”, relata Perri.
Decisão de afastamento
De acordo com a decisão do desembargador Orlando Perri, o secretário teria praticado vários crimes, como abuso de autoridade, usurpação de função pública, prevaricação, embaraço de investigação e também formação de organização criminosa e denunciação caluniosa.
O secretário será afastado do cargo e deve não ter o contato com ninguém do pode público e também com nenhuma pessoa que esteja envolvida na investigação. Jarbas será monitorado pela tornozeleira eletrônica.
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