O Japão anunciou, nesta sexta-feira (28/7) que vai elevar temporariamente a taxa de importação de carne bovina congelada dos Estados Unidos e diversos outros países. O imposto vai para 50%, ante os 38,5% antes aplicados. Tal mudança pode complicar ainda mais as tensões bilaterais no mundo, embora as autoridades do país afirmem que a medida é apenas uma resposta necessária para o aumento recente das importações.
Coincidência ou não, o medida foi anunciada pouco após o presidente dos EUA, Donald Trump, nomear o Japão como um dos países que contribuíram para o déficit comercial norte-americano. A tarifa vai entrar em vigor em agosto e incidir sobre as importações de cane bovina congelada de países que não têm acordos comerciais com o Japão, disse o Ministério de Finança do país. Isso inclui os Estados Unidos (segundo maior fornecedor de carne bovina do Japão, depois da Austrália), Canadá e Nova Zelândia. Na contramão, a Austrália não será afetada, já que os países têm um acordo de livre comércio.
Segundo a Federação de Exportação de Carne dos Estados Unidos, a nova política do Japão vai ter implicações negativas tanto para produtores dos EUA quanto para restaurantes e comércios japoneses. O grupo "trabalhará com seus parceiros no Japão para mitigar o impacto" dessa medida, disse o chefe da federação, Philip Seng.
De acordo com a legislação japonesa, uma tarifa de salvaguarda é desencadeada imediatamente após as importações de carne bovina congelada de todos os países e de nações que não têm acordos de livre comércio aumentam mais do que 17% na comparação anual. Os volumes de importação são revisados a cada trimestre.
No trimestre de abril a junho, o Japão importou 89,25 mil toneladas de carne bovina congelada, das quais 37,8 mil eram provenientes de países que não têm acordo comercial. Ambas ultrapassaram os volumes de salvaguarda, informou o Ministério de Finanças japonês.