Um processo em trâmite desde 2014 na 20º Zona Eleitoral, em Várzea Grande, investiga indícios de fraude na doação de dinheiro ao suplente de deputado estadual e apresentador Jajah Neves (PDT). Fonte entrevistada por Circuito Mato Grosso afirma que o político registrou o repasse de R$ 4.170,00 para a sua campanha em nome de uma cozinheira, que, à época, tinha renda mensal de um salário mínimo.
Em 2014, Jajah Neves concorreu ao cargo de deputado estadual e conseguiu 16.123 votos, mas não foi eleito diretamente por uma diferença de 139 votos em relação ao candidato eleito, Saturnino Masson (PSDB). No entanto, em fevereiro do ano passado, ele assumiu a cadeira na Assembleia Legislativa por acordo de rodízio entre as siglas PDT, PSDB e DEM. O cargo é exercido até hoje. Jajah Neves tem sua base eleitoral em Várzea Grande, onde conseguiu 9.372 votos na disputa estadual.
Segundo dados da Justiça Eleitoral, Jajah Neves recebeu a doação de R$ 366,242.58 na campanha de 2014. Dentre os dez maiores doadores aparecem o atual governador Pedro Taques, com dois repasses de R$ 30 mil cada, por transferência eletrônica. Também aparecem, na ponta da lista a empresa MaxPet Nordeste Plástico e Energia LTDA com a soma de R$ 30 mil. O empresário do agronegócio, Eraí Maggi Scheffer, fez doação de R$ 20 mil.
O valor de R$ 4.170,00, supostamente doado pela cozinheira também foi registrado como contribuição de outras duas pessoas. Todas elas realizadas nominalmente a Jajah Neves. O processo tramita em segredo de justiça em análise pela juíza Ester Belém, titular da 20ª Zona Eleitoral em Várzea Grande.
Conforme o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), a classificação se deve à movimentação de dados particulares dos envolvidos no processo, como quebra de sigilo financeiro. O processo de investigação foi aberto por denúncia feita à Justiça.
A reportagem do Circuito Mato Grosso ligou sete vezes para o deputado Jajah Neves, mas ele não atendeu. Ele também não retornou mensagem de WhatsApp.
Adesivo induz eleitor a votar no irmão do deputado
Nas eleições deste ano, Jajah Neves foi condenado pela Justiça Eleitoral a pagar multa de R$ 50 mil por induzir eleitores a votar em seu irmão Ademar Jajah (PSDB), que concorreu a vereador em Várzea Grande, por associação de imagens.
O candidato liberou a distribuição de santinhos de campanha em que o nome de Jajah Neves aparece atrelado ao número de concorrência, sem fazer distinção entre as figuras.
O juiz da 58ª Zona Eleitoral entendeu, acatando denúncia do Ministério Público Eleitoral, que o deputado suplente usou a própria imagem em favor do irmão, para induzir o eleitor a erro,.
O magistrado alegou que “os irmãos Jajah (Ademar e Ueiner) possuem semelhanças e traços físicos comuns no rosto, capazes de facilmente confundir o eleitor num post ou num adesivo eleitoral, além de outros fatores aumentarem a probabilidade de indução, como a mesma cor a camisa e a textura de fundo da montagem”.
A Justiça ainda levou em consideração para a condenação, o derrame de santinhos ocorridos na porta de zonas eleitorais no dia de votação.