Sim. Ivete Sangalo esteve novamente no The Town neste ano. Assim como, em 2024, esteve no Rock in Rio e no Rock in Rio Lisboa. A cantora se tornou uma espécie de talismã da Rock World, empresa que produz The Town e Rock in Rio. E corresponde à confiança que lhe dão.
Embora não tenha apresentado exatamente um show novo – a cantora, em via de regra, embaralhou o setlist com o qual tem se apresentado neste ano e fez pequenos acréscimos de músicas – neste sábado, 13, ela conseguiu mobilizar o público em uma noite fria tanto de temperatura (14°C) quanto de ambiente do festival, com público bastante variado e longe da lotação máxima de 100 mil pessoas.
O show começou com um bloco de sucessos: Acelera Aê, Festa no Gueto, Abalou. Ivete sabia muito bem qual era sua missão nesta noite: “Não gosto de conversa mole. Vamos esquentar isso aqui!”, disse, logo no início.
Com um saco de sucessos para tirar do bolso, carisma de sobra e uma banda tão competente quanto vigorosa, a cantora foi a primeira do dia a mobilizar realmente o público no palco principal do festival.
Depois de uma boa surpresa de uma versão dance de Ai, Ai Ai…, sucesso de Vanessa da Mata, Ivete entrou em um bloco menos sedutor para quem curte a Ivete dos tempos de Eva e de boa parte de sua carreira solo, com músicas como Cria da Ivete, Macetando e Energia de Gostosa, conectadas com os tempos atuais, o que nem sempre é bom negócio, embora acerte em cheio o público.
Deu mais certo ainda o set nostálgico da Banda Eva, grupo que a revelou nos anos 1990, a década do axé music. Beleza Rara, Alô, Paixão e Me Abraça lembraram o carnaval – e deu saudade do calor.
As baladas Deixo e Faz Tempo foram executadas com mais groove, puxadas para o soul. Desta vez Ivete não voou como fez no Rock in Rio no ano passado. Subiu em uma plataforma para cantar Quando a Chuva Passar. O mesmo elemento cenográfico serviu para começar a cantar
Em outubro, Ivete estreia seu projeto de samba e pagode, batizado de Clareou e derivado de produto audiovisual já gravado. Todas as vezes que Ivete saiu do axé music, gênero que a consagrou, se deu igualmente bem, como no projeto no qual cantou Caetano Veloso e Gilberto Gil e, posteriormente, cantando Tim Maia.
Faltou, não por culpa da Ivete, a ousadia que seria bem-vinda: colocá-la para cantar Easy com Lionel Richie – o cantor se apresentou logo após ela na programação do The Town do sábado. Ivete gravou a canção no seu projeto Multishow Ao Vivo – Ivete Sangalo no Madison Square Garden de 2010, um de seus melhores projetos de carreira. Nesse sentido, a música já foi mais feliz.
