A conclusão da investigação pode significar, na prática, a exoneração dos dois servidores do Ministério das Relações Exteriores.
O caso veio à tona no início do ano, quando funcionários do consulado de Sydney, na Austrália, denunciaram o diplomata, apontando episódios de abuso e humilhação. Um embaixador –Roberto Abdalla, que serve no Kuait– foi, então, designado para viajar ao país de origem das denúncias e colher elementos para apresentar à comissão de ética do Itamaraty.
Esses dados foram repassados à Corregedoria do Serviço Exterior, que, em portaria interna divulgada nesta terça, decidiu dar início ao processo administrativo. Agora, três embaixadores formarão uma comissão para analisar o tema.
De acordo com legislação que trata do regime jurídico dos servidores públicos, o grupo terá até 30 dias, prorrogáveis por mais 15, para concluir o caso.
Em entrevista ao Jornal Nacional, uma servidora denunciou ter sofrido assédio sexual: "Ele vinha por trás e me dava um beijo no rosto? Ou então vinha com comentários pejorativos, tipo: você está em posição sugestiva ontem", contou a funcionária Viviane Hottum Jones.
Fontenelle está no cargo desde 2010 e antes, segundo servidores, foi alvo de denúncias semelhantes quando era cônsul-geral em Toronto, no Canadá, em 2007.
A Folha não conseguiu localizar os funcionários.
Em entrevista ao jornal, o ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) disse que "não há espaço no Itamaraty para comportamentos que não se adequem com as funções que nós desempenhamos".
Fonte: Folha de São Paulo